Carlos Queiroz assinalou, através das redes sociais, os 30 anos da conquista do Campeonato do Mundo de sub-20, numa prova realizada em Portugal e que ocorreu dois anos e três meses após o inédito triunfo em Riade.
Como dizia o meu ‘irmão’ Nelo Vingada, ganhávamos mal, mas divertíamo-nos à brava”, recordou o selecionador que levou a ‘geração de ouro’ à conquista dos dois Mundiais de sub-20, em 1989 e 1991.
No texto, Carlos Queiroz salientou o papel do “anónimo” que lhe passou “uma espécie de amuleto” antes de Portugal e Brasil decidirem a final nos penáltis (4-2, após um nulo no prolongamento), no antigo Estádio da Luz.
“Alguém se aproximou de mim (creio que um bombeiro), colocou-me uma espécie de amuleto na mão e disse-me que íamos ganhar. Acreditávamos muito no nosso trabalho, na nossa preparação e na nossa competência, mas cerrei a mão como se isso me fizesse acreditar ainda mais. No final, a vitória sorriu-nos. Nunca conheci essa pessoa, mas gostava de encontrá-la”, escreveu o ex-selecionador.
“Esse anónimo, no fundo, representava o país que estava connosco, aqueles que, de alguma forma, tiveram um papel no trabalho e no apoio à mudança do futebol português. Aqui presto o meu tributo a todos. E aqui renovo o agradecimento aos grandes obreiros daquela vitória, os jogadores, bem como à equipa técnica e demais envolvidos”, acrescentou Carlos Queiroz.
Nessa final, em 30 de junho de 1991, a equipa das quinas venceu o Brasil graças às conversões certeiras de Jorge Costa, Luís Figo, Paulo Torres e Rui Costa, enquanto os então bicampeões mundiais (1983 e 1985), de Roberto Carlos, desperdiçaram por Giovane Élber e Marquinhos.
O avançado atirou à barra e o médio permitiu a defesa de Fernando Brassard, que, a par do ‘capitão’ João Vieira Pinto, replicou o êxito de Riade em Lisboa, desta vez ladeado por outros nomes que seriam basilares nas prestações da seleção ‘AA’, de 1996 a 2006.
Se Fernando Couto e Paulo Sousa foram os mais afamados na equipa de 1989, a versão de 1991 reuniu Jorge Costa, Abel Xavier, Rui Costa e Luís Figo, designado o melhor do mundo pela FIFA em 2001, um ano após conquistar a Bola de Ouro da France Football.
Experiência na seleção principal tiveram ainda Emílio Peixe, eleito o melhor jogador do Mundial de sub-20 de 1991, ou Paulo Torres, melhor marcador da equipa das ‘quinas’, com três golos em seis encontros, além de Nélson, Rui Bento, Nuno Capucho e Tulipa.
Do lote de 18 campeões mundiais constavam também Tó Ferreira, Cao, João Oliveira Pinto, Gil Gomes, Luís Miguel Martins e Toni Gama, que granjearam bem menos mediatismo no futebol profissional e limitaram-se quase todos às divisões portuguesas.
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