Portugal entrou no Euro2020 como campeão europeu em título, mas foi eliminado nos oitavos de final, pela Bélgica, após uma fase de grupos discreta, com os três resultados possíveis: uma vitória, diante da Hungria, uma derrota, perante a Alemanha, e um empate, frente à França, a atual campeã mundial.
A mesma que França que também caiu nos oitavos de final, afastada pela Suíça, nos penáltis. Uma queda que poderá custar o lugar a Didier Deschamps, o selecionador que tinha levado os gauleses ao triunfo no Mundial2018, disputado na Rússia.
Em relação à seleção portuguesa, alguns adeptos começaram a pedir a saída de Fernando Santos ainda em Sevilha, logo após a partida com a Bélgica. Numa análise sobre a situação de Deschamps, José Sousa comparou a situação dos dois selecionadores para defender a continuidade de Fernando Santos.
“É normal que, quando não há resultados, se questione a continuidade dos treinadores. Mas eu apoio o trajeto dos treinadores nas seleções. Se com vitórias permanecem, porque é que com derrotas não podem permanecer? Com certeza que Fernando Santos vai permanecer, até porque tem contrato até 2024”, afirmou o ex-jogador, no comentário para a SportTV.
Para José Sousa, o afastamento do Euro2020 não foi uma “desilusão”, apesar da “tristeza” por ver Portugal cair nos oitavos de final. “Foi uma desilusão, este Europeu? Claro que estávamos à espera de mais, sim, mas não falo de desilusão, falo de tristeza. É o que grande parte dos portugueses sentem”, afirmou.
“Fomos eliminados, mas jogámos muito melhor futebol do que quando fomos campeões, em 2016. Fomos campeões europeus à rasquinha, sempre a fazer contas na fase de grupos, com três empates. Nos jogos a eliminar, ficámos num lado que nos facilitou imenso a ida até à final e fomos campeões europeus”, reforçou.
A seleção de Fernando Santos mostrou que continua a ser uma equipa que privilegia o pragmatismo, tal como a França de Deschamps que venceu o Mundial em 2018, de acordo com este paralelismo traçado por Pedro Henriques.
“Como é que a França conseguiu ser campeã do mundo? Não foi a jogar um futebol de grande beleza. Foi uma equipa sempre objetiva e pragmática, tal como jogou neste Europeu. Contra a Alemanha, chegou a ver-se o Mbappé quase como lateral”, apontou.
Para insistir que Fernando Santos e Didier Deschamps devem continuar como selecionadores, o antigo lateral referiu ainda o exemplo de Luis Enrique, que começou a ser contestado após a Espanha empatar com a Suécia e com a Polónia nas primeiras duas jornadas deste Euro2020.
“Já se falava que Luis Enrique ia sair, depois dos primeiros resultados, e a Espanha, de repente, marca dez golos. Luis Enrique já é o maior e aquela seleção, com jogadores de grande nome de fora, está a crescer cada vez mais”, salientou.
Fernando Santos está seguro até 2024 e, caso Portugal seja campeão mundial, ainda mais seguro ficará, concluiu José Sousa: “Se vencer, já é outra vez o maior e renova até 2026. É esta ou não a realidade de um treinador? Com sucesso está tudo bem”.