Prolongamento
"FC Porto prefere dá-los à borla como grande instituição de caridade"
2021-10-28 09:40:00
"Teoria de segurar jogadores até ao fim e dar-se ao luxo de não ganhar milhões é um desastre total", diz gestor

Não é só o mexicano Tecatito Corona que está em final de contrato com o FC Porto. A SAD portista tem outros casos de jogadores para tentar resolver, sob pena de os atletas deixarem o clube azul e branco no final da temporada, sem que a administração do emblema da Invicta receba qualquer tipo de compensação financeira pelas saídas.

Chancel Mbemba é outro desses casos mas o central congolês não revela sinais de renovação com a SAD azul e branca, situação que deixa os adeptos do FC Porto descontentes pois poderá tratar-se de outro atleta, como vários ao longo dos últimos anos, a deixarem o FC Porto, em final de contrato, sem que a SAD liderada por Pinto da Costa receba qualquer verba.

O presidente dos azuis e brancos já esclareceu que a prioridade na Invicta é a obtenção de rendimento desportivo enquanto os jogadores estão sob contrato. No momento da saída, se o clube conseguir lucrar, para Pinto da Costa é um cenário positivo. Se tal não for possível, o líder do emblema da Invicta recusa entrar em loucuras orçamentais nas renovações.

"Quando se contrata um jogador é essencial que o jogador no tempo de contrato traga rendimento. Depois, se pudermos lucrar com a sua saída, melhor. Se um jogador acabar contrato e pedir três milhões de euros, que para nós equivalem a seis, é evidente que o FC Porto não pode renovar", disse Pinto da Costa, há poucas semanas, durante a apresentação do relatório e contas da SAD portista.

Nuno Encarnação, gestor e conhecido adepto do FC Porto, lamenta a posição que os dragões têm assumido em relação a jogadores que estão em final de contrato.

"O perigo de os jogadores chegarem ao último ano de contrato preocupados em manter o físico e pouco mais é real", declara, sublinhando que Mbemba "parece juntar-se a Corona".

"Assim vai o mundo", lamenta Nuno Encarnação, acrescentando que o FC Porto "teve sete anos para vender Corona e quatro para fazer o mesmo com Mbemba". Porém, "prefere dá-los à borla como grande instituição de caridade internacional".

O gestor realça ainda, em artigo de opinião no Record, que "a teoria de segurar os grandes jogadores até ao fim e dar-se ao luxo de não ganhar milhões com eles é um desastre total", antevendo que no último mês de contrato com o FC Porto irão, provavelmente, prestar "juras de amor a um clube das arábias ou de segunda linha europeia e deixarão qualquer titularidade de lado no FC Porto".

Nuno Encarnação realça ainda que a narrativa tentará colocar os jogadores como "maus da fita" que procuraram renovar mas pedindo "seis milhões" à administração portista. "Muita gente pode andar distraída, mas eu, infelizmente, não", concluiu Encarnação.