Da desconfiança inicial e incerteza sobre o valor envolvido na transferência de Rúben Amorim passaram algumas semanas mas o tempo foi passando e o Sporting foi ganhando. É certo que o técnico falhou um dos objetivos na primeira época que esteve em Alvalade, deixando escapar o terceiro lugar na ponta final para o SC Braga mas a confiança da estrutura manteve-se. E Amorim seguiu com o trabalho.

Numa nova temporada, essa começada desde princípio pelo treinador, a aparição no plano europeu foi tudo menos prestigiante, com o Sporting a cair com estrondo face ao modesto LASK. As dúvidas eram muitas, as críticas e incertezas também. Mas a estrutura manteve a ideia e o projeto Amorim em andamento.

O tempo, sempre ele, acabaria por mostrar um Sporting de vitórias, alguns delas arrancadas 'a ferros', daquelas que fazem acreditar dentro do balneário que as coisas são possíveis. E foram.

Para trás, ficaram dúvidas e planos 'furados' da crítica que apontava para uma eventual queda do leão a qualquer momento. Mas tal não se verificou. O Sporting, salvo um ou outro desaire, não saiu do caminho que o levou à felicidade na última época.

Para a versão 2021/22 dizia-se que o grande desafio ao Sporting de Amorim estava no regresso do público a Alvalade. A equipa, com muitos jovens da academia, iria sentir essa pressão. 

O público voltou mas o Sporting não desarmou e continuou a vencer no plano interno. Faltava o 'teste do algodão' - a Liga dos Campeões. Era na grande montra que se iria ver se o Sporting teria ou não estofo.

E a primeira aparição foi caótica com uma derrota sobre o Ajax com contornos de goleada. Porém, apesar do desaire europeu, o leão manteve-se firme no plano interno. E mesmo quando voltou a cair na Champions, o Sporting não vacilou no campeonato.

"Faltava-lhe experiência internacional quando perdeu com o Ajax", lembra Octávio Machado, num tom esclarecedor em direção aos críticos de Amorim, até porque o Sporting acabaria por revelar compromisso e resultados na prova da UEFA ao ponto de estar já apurado para os oitavos de final. 

Octávio Machado, antigo treinador e dirigente do Sporting, nota que, no Sporting, "alguns começam a perceber que foi uma ótima opção". E aponta para a diferença do discurso dos comentadores relativamente aos momentos em que se ganha e quando se perde.

"A vitória e a derrota é que muda o discurso. O futebol é o momento e o momento leva a conclusões", salientou Octávio Machado, valorizando o trabalho de Amorim no Sporting.

"O Rúben Amorim tem vindo a fazer uma carreira extraordinária, a demonstrar [capacidade] aos que não acreditavam e já os convenceu", acrescentou Octávio Machado, esperando que Frederico Varandas consiga segurar o técnico.

"Já se falou que poderia sair. Espero que Rúben Amorim continue no futebol português a valorizar jogadores", defendeu Octávio Machado, em declarações na CMTV.

Certo de que em futebol "o que conta são os resultados", Octávio Machado refere que acredita que "Rúben Amorim está consciente" dessa situação.