Antigo dirigente do Sporting e representante do emblema leonino nas Assembleias da Liga, Bruno Mascarenhas entende que as alterações promovidas pelo novo Regulamento de Disciplina da Liga, em reunião no início deste mês, devem ser encaradas como algo inevitável na sequência do caso João Palhinha, que viu um amarelo, o quinto, na altura, no jogo entre Sporting e Boavista, no Estádio do Bessa, mas o árbitro Fábio Verísismo acabou por admitir que errou ao amarelar o médio. Posteriormente, o departamento jurídico do Sporting avançou nos tribunais com uma ação para suspender o castigo automático aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol e o jogador continuou a ser opção de Rúben Amorim. O campeonato acabaria por terminar com o jogador a ser opção e sem cumprir qualquer tipo de castigo, mesmo tendo sido depois amarelado.

"É um facto que a lacuna nos regulamentos da Liga que agora findou, acabou por beneficiar o jogador e o Sporting", admitiu Bruno Mascarenhas, aproveitando para elogiar o departamento jurídico do clube verde e branco. "Quero por isso elogiar o novo departamento jurídico do Sporting por não permitir a injustiça que o Conselho de Disciplina persistia em querer manter".

Mas não é apenas essa situação que merece comentários por parte do ex-dirigente Bruno Mascarenhas, que 'aponta o dedo' ao organismo liderado por Pedro Proença, lamentando que a Liga "não consiga estabilizar os seus Regulamentos e queira agora promover o absurdo."

De agora em diante, os treinadores passam a ser equiparados aos jogadores no que toca às sanções disciplinares, passando a ser suspensos ao completarem uma série de cinco cartões amarelos.

Para Bruno Mascarenhas, trata-se de algo "atentatório e ridículo" e o ex-dirigente do Sporting realça o comportamento do povo português de acordo com as raízes.

"Vivemos e somos um país latino. Felizmente que enquanto povo e adeptos pomos paixão no que fazemos", observa o antigo dirigente do emblema de Alvalade, notando que com este regulamento os treinadores vão ser "obrigados a comprimir as suas emoções".

Caso contrário, assinala Bruno Mascarenhas em artigo de opinião que assina no portal Leonino, os técnicos arriscam-se a estar "meses sem poderem dirigir as suas equipas".

Daí que Bruno Mascarenhas entenda que se trata de algo "atentatório" e uma situação que espera que não tenha 'luz verde' por parte da Federação Portuguesa de Futebol.

"Espero que mereça o chumbo em sede de Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol", referiu o antigo membro dos corpos diretivos do Sporting.