Prolongamento
“Está ali uma obra como nunca pensei e deve-se a Vieira. Isto tem de ser dito"
2021-09-24 15:20:00
Varandas Fernandes elogia anterior presidente e anuncia apoio a Rui Costa, nas eleições de outubro

O vice-presidente do Benfica, Varandas Fernandes, explicou hoje as razões que o levaram a deixar a direção do Benfica. Em declarações à Renascença, o dirigente revelou que a decisão estava tomada há algum tempo. "Desde julho que a minha decisão estava tomada: pôr o lugar à disposição e ter uma conversa com o presidente substituto, Rui Costa".

E a razão da saída prende-se com a convicção de que deve ser aberto um novo ciclo: "Aquilo que pesou bastante é que eu entendo que se deve abrir um novo ciclo, deve haver um impulso de renovação. Esta fase de transição foi bastante difícil para a vida do Benfica e entendi que o meu contributo teria de ser um contributo que privilegiasse a estabilidade do Benfica. E foi isso que aconteceu".

No mesmo dia em que José Eduardo Moniz também anunciou o afastamento, Varandas Fernandes fez o mesmo. Uma coincidência, apenas. "Não falei com José Eduardo Moniz. Não houve qualquer conversa, ou um plano para suceder assim. Falo por mim. Falei pela minha consciência, depois de uma decisão pessoal e em família", revelou.

"Falei com o presidente Rui Costa antes de ter feito a divulgação das minhas intenções. Disse-lhe que era irreversível. Ele está a preparar a lista, a pensar no programa de ação, mas a questão que eu lhe coloquei não deu margem para haver qualquer outro tipo de conversa", adianta ainda Varandas Fernandes, que dedica grande parte desta entrevista a Bola Branca ao anterior presidente.

"Luís Filipe Vieira deixou obra, deixou património, deixou organização. O maior exemplo: Benfica Futebol Campus, um dos melhores centros desportivos, que tem muita qualidade nas estruturas que o suportam. Há aqui obra, há aqui muito trabalho, quer do ponto de vista da construção, organização e tecnologias ligadas à gestão desportiva. Há aqui um trabalho fortíssimo. Está ali uma obra como eu nunca pensei existir. E que se deve à liderança de Luís Filipe Vieira. Isto tem de ser dito e não pode ser negado", afirma.

Com a saída de Vieira, abre-se um caminho lógico para a 'sucessão' de Rui Costa. E Varandas Fernandes não esconde que apoiará o atual presidente: "Obviamente, eu vou votar Rui Costa, que tem mesmo condições para ser presidente do Benfica. Está é uma boa solução, uma solução de garantia. A confiança que tenho nele, como sócio, pelo seu passado, deu-me essa garantia".

E Varandas Fernandes acha prematuro considerar que Rui Costa vai apostar numa "lista de continuidade". "A decisão é dele. Ele vai decidir a lista, escolher as pessoas. Deve ser dada essa liberdade para ele escolher as melhores pessoas", argumenta.

Independentemente do nome do próximo presidente, há uma ideia que o dirigente perspetiva, para o futuro próximo da direção do Benfica. "Há dois grandes desafios: um é desportivo, o outro é financeiro. O desportivo é ganhar o campeonato nacional e ir o mais longe possível na Champions. O segundo aspeto prende-se com a dinâmica financeira, com algumas restruturações que terão de haver, nas empresas do universo Benfica como no próprio clube", realça.

"Não sei que mudanças haverá. Quem vier tem de provar que é capaz de estar no Benfica, de gerir o Benfica, de respeitar o Benfica, sempre com a intenção de ganhar", conclui.

Os sócios do Benfica vão eleger o novo presidente no próximo dia 9 de outubro.