Fernando Santos não se alongou em comentários sobre o ambiente que se vive na Seleção Nacional com a presença do médio Otávio que proferiu cânticos contra benfiquistas nas comemorações do título do FC Porto, sendo que no lote de convocados da turma das quinas não estão jogadores do Benfica mas estão presentes atletas assumidamente adeptos do clube da Luz. O técnico nacional desviou o assunto e José Manuel Capristano, antigo vice-presidente encarnado, mostra-se revoltado pela atitude de Fernando Santos em não condenar os cânticos.

"Isto não pode ser com paninhos quentes", disse o antigo dirigente do Benfica, lamentando que a Federação Portuguesa de Futebol não tenha assumido outro tipo de postura na equipa nacional. "Enquanto esta Federação Portuguesa de Futebol e esta gente estiver lá o problema é sempre o mesmo."

José Manuel Capristano referiu ainda que se têm sucedido casos a envolver o FC Porto e não vê uma posição enérgica por parte do organismo federativo.

"O Estádio do Dragão deveria ser interditado com os problemas do FC Porto contra o Sporting e não foi e etc, etc", referiu José Manuel Capristano.

Por conseguinte, o antigo vice-presidente do clube a Luz diz que esperava outro tipo de discurso de alguém como Fernando Santos que é uma personalidade desportiva e social pelo cargo que ocupa.

"Por muita estima que tenho por Fernando Santos, que é um engenheiro e não é um borra-botas, exigia-se outra qualidade no discurso enquanto selecionador nacional", disse José Manuel Capristano, lamentando que o selecionador nacional tenha sido 'vago' na declaração, não se alongando no comentário, dizendo que o ambiente dos clubes não entra no balneário da turma das quinas.

"Não me parece que tenha de responder mais alguma coisa", disse Fernando Santos, em declarações aos jornalistas em conferência de imprensa, já depois de João Moutinho, antigo jogador de Sporting e FC Porto, ter assegurado que o ambiente dos clubes não entra no balneário da Seleção Nacional de Portugal.

"Estou aqui desde 2014, nunca tive um momento em que se sentisse clubes cá dentro. Nunca. Portanto, a resposta está dada. O ambiente é o mesmo que sempre foi e vai continuar a ser", vincou Fernando Santos.

Em declarações no canal A Bola TV, José Manuel Capristano disse ainda que não espera um pedido de desculpas por parte dos jogadores do FC Porto que proferiram os cânticos. "O ADN deles se calhar não permite pedir desculpa. Não digo mais", salientou o antigo dirigente do clube encarnado.