O campeonato português terminou mas alguns casos disciplinares arrastam-se para lá da época desportiva na I Liga, como é o caso dos desacatos que se verificaram no relvado do Estádio do Dragão e na garagem do anfiteatro portista na sequência do clássico entre FC Porto e Sporting, realizado em fevereiro.

Sérgio Conceição assegurou estar inocente no episódio ocorrido na garagem do reduto azul e branco, dizendo que os delegados da Liga ou as autoridades da polícia não devem ter indicações de que tenha feito "isto ou aquilo". Esta narrativa é contrariada pelo Sporting com Miguel Braga, porta-voz leonino, a dizer que é necessário que alguém mostre, por exemplo, a Sérgio Conceição o relatório da polícia.

"Não nos deixemos enganar pela narrativa de que só há cinco testemunhos de pessoas do Sporting. Também há o relatório da polícia, se calhar deviam mostrar ao Sérgio Conceição o que diz sobre a presença dele, o relatório da polícia confirma a presença dele… Seja íntegro", desafiou Miguel Braga, lamentando a posição que os vários elementos do FC Porto têm assumido perante as acusações de que têm sido alvo na sequência desta situação.

"Os jogadores do Sporting não devem ter sido agredidos por ninguém, nem por stewards, nem por pessoas da publicidade. Por ninguém. Foi tudo uma grande fábula", ironizou o porta-voz verde e branco, insistindo no tom sarcástico em relação às marcas que diz terem ficado no corpo de vários elementos do Sporting após os acontecimentos no Estádio do Dragão.

"O Hugo Viana tem umas capacidades psíquicas extraordinárias, porque pensa uma coisa e aparece-lhe um hematoma confirmado, entretanto, por um médico da Federação Portuguesa de Futebol indicado pelo FC Porto e nada se passa. Para o FC Porto e os seus profissionais nada se passa", comentou Miguel Braga, voltando a Sérgio Conceição.

"Seja íntegro e admita o que faz", desafiou Miguel Braga, realçando que "ninguém tira mérito desportivo a Sérgio Conceição, ou põe em causa as suas capacidades técnicas e táticas".

Só que o porta-voz do Sporting diz que "a grande questão aqui é como é que ele tem o desplante de ir para uma sala de conferências de Impresa e dizer aquilo que disse, dizer que não esteve lá, que não fez ofensas verbais".

Por outro lado, o responsável pela Comunicação do Sporting lembra que as pessoas devem assumir as suas responsabilidades. "Há que assumir as suas responsabilidades, ser homenzinho e admitir as suas falhas, não tem mal algum".

"Faz-me confusão ver o treinador campeão nacional ir para uma conferência de imprensa dizer mentiras, fazer-se de sonso, foi isso que ele acabou por se fazer ao dizer que não esteve num sítio onde esteve e que não insultou um presidente. Não podemos normalizar um insulto a um treinador ou a um presidente", apontou Miguel Braga, lamentando os acontecimentos na garagem do Dragão.

Por conseguinte, Miguel Braga questiona se também outros responsáveis portistas vão negar a sua presença naquele momento na garagem do Estádio do Dragão.

"O Vítor Baía também não esteve lá? Rui Cerqueira também não? O telemóvel possivelmente desapareceu por qualidades mágicas no Dragão, o Dragão é um ser mágico, se calhar estamos perante qualidades mágicas".

Em declarações na Sporting TV, Miguel Braga criticou a narrativa azul e branca proferida por vários elementos ao longo dos meses, negando as acusações de que são alvo.

"É preciso ter-se uma imaginação altamente fértil para ter estes pensamentos. Rui Cerqueira também fez comunicado a dizer que não fez nada. Sérgio Conceição também não disse nada e no fundo há vários maluquinhos do Sporting que se acham insultados, agredidos", comentou, dizendo que os portistas deveriam ter outro tipo de narrativa.

"Todos erramos, mas tentar fazer-nos a todos de parvos não consigo perceber. É uma questão de integridade, admitirem os seus erros e ações. Basta olharmos para os factos e postura dos jogadores do Sporting envolvidos e a postura dos responsáveis do FC Porto", concluiu Miguel Braga.

A respeito deste episódio, recentemente, Sérgio Conceição negou que tenha insultado elementos do Sporting na garagem do Estádio do Dragão. 

"A passagem para a sala de conferência e para a garagem fica a 15 metros do meu gabinete. Fui ver o que se passava. Não pode haver um polícia ou um delegado da Liga ou uma imagem ou uma pessoa idónea que possa dizer que eu fiz isto ou aquilo ou que alguém tenha feito o que foi relatado na acusação", afirmou Sérgio Conceição, em declarações aos jornalistas.