Prolongamento
"É estranho que se tenham de levar polícias de Lisboa nas buscas do FC Porto"
2021-11-26 14:35:00
"Sempre que há assuntos relacionados com o FC Porto o Estado de Direito falha", critica Braz Frade

O Ministério Público (MP) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) realizaram buscas à SAD do FC Porto e também à residência do presidente Pinto da Costa, tal como de empresários próximos da SAD azul e branca. As autoridades estão a tentar perceber se ocorreram ilegalidades em negócios realizados pela sociedade que gere o futebol portista e querem perceber o circuito financeiro do dinheiro envolvido nas transferências de jogadores.

Nas buscas estiveram envolvidos elementos do corpo da PSP, mas também do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e ainda da Autoridade Tributária (AT). O Correio da Manhã deu conta, durante a semana, de que o Ministério Público "tentou rodear-se de precauções para evitar as fugas de informação" e "os investigadores foram acompanhados de elementos de elementos da PSP de Lisboa".

Trata-se de algo que, a ser verdarde, o antigo vice-presidente do Benfica João Braz Frade lamenta. "Sempre que há assuntos relacionados com o FC Porto o Estado de Direito falha", critica Braz Frade.

O antigo dirigente das águias diz que "é estranho que se tenham de levar polícias de Lisboa". "É estranho que os jornais noticiem que os alvos já sabiam todos das buscas", acrescentou João Braz Frade, que não se fica por aí.

Em declarações no canal CMTV, o antigo responsável encarnado sublinha também que, a seu ver, é "estranho que existam medidas de coação no caso do Luís Filipe Vieira [detido para ser presente a interrogatório e depois sujeito a medidas de coação] e de outros e no caso do FC Porto não se apliquem".

"Prender para interrogar. Quer dizer há uma série de coisas estranhas", disse João Braz Frade, realçando que, deste modo, o Estado de Direito é "agredido".

Sobre estas buscas, o FC Porto reagiu, dizendo que está disponível para colaborar com a Justiça. Na ocasião, o emblema liderado por Pinto da Costa fez saber que as buscas aconteceram por suspeitas do Ministério Público relacionadas com "crimes de abuso de confiança, fraude fiscal e branqueamento de capitais que tiveram a sua génese em movimentos financeiros relativos a transferências de jogadores de futebol".

Nas 33 buscas realizadas pelo Ministério Público, recorde-se, os investigadores visitaram ainda uma instituição bancária, parceira nos últimos anos da SAD do FC Porto.

Até ao momento, o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, a figura mais mediática alvo de buscas nesta semana, não reagiu a esta situação de que também foi alvo por parte das autoridades judiciais portuguesas.