Prolongamento
“Doyen sofreu mais uma derrota”, comenta Rui Pinto
2021-02-25 18:20:00
Criador do Football Leaks aplaude decisão de juiz romeno

Rui Pinto, que em Portugal está a ser julgado por alegados crimes em que a Doyen se apresenta como vítima, assinalou “mais uma derrota” do fundo de investimento na justiça, agora num tribunal romeno.

Após uma batalha judicial de dois anos, um juiz romeno rejeitou uma ação apresentada pela Doyen Sports e pela família Arif (que controla o fundo de investimento), que pretendia ‘amordaçar’ uma série de reportagens e artigos intitulada ‘Mares Negros’, baseada em informações avançadas pela plataforma Football Leaks.

Além de ter processado o consórcio Centro Romeno de Jornalismo de Investigação (CRJI, na sigla internacional), os advogados da família Arif “conseguiram obter os nomes completos e as moradas” de vários jornalistas do CRJI, “entre outra informação privada”, inclusive bancária, de acordo com a imprensa do país

A decisão do juiz romeno, hoje conhecida, mereceu um aplauso de Rui Pinto, o criador do Football Leaks, que aproveitou para deixar uma provocação à Doyen.

“A Doyen Sports e a família Arif tentaram, por via judicial, que os artigos do Football Leaks fossem apagados. Um verdadeiro atentado contra a liberdade de imprensa. Mas sofreram mais uma derrota”, realçou o hacker, através das redes sociais.

Em Portugal, Rui Pinto, de 32 anos, encontra-se a responder perante a justiça por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada.

Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 07 de agosto, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.