Uma denúncia de Bruno de Carvalho, que esteve acusado da autoria moral do ataque à Academia de Alcochete, em 15 de maio de 2018, sendo ilibado de todas as acusações, levou o Ministério Público a avançar com uma nova investigação ao incidente.
Absolvido no julgamento em que foi arguido, que decorreu no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, o ex-presidente do Sporting apresentou uma queixa ao Ministério Público, revelada pelo próprio através das redes sociais.
"Fiz uma denúncia ao Ministério Público sobre o processo Alcochete e a intervenção de Diogo Amaral e Pedro Silveira no mesmo", anunciou Bruno de Carvalho, em novembro de 2020, acrescentando que "o assunto está de volta a quem o devia ter investigado desde o início".
Essa queixa está na origem de um processo de inquérito agora aberto pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, como confirmou a Procuradoria-Geral da República, ao Jornal de Notícias.
No processo em que estava acusado de ser o autor moral do ataque, Bruno de Carvalho foi absolvido. O coletivo de juízes presidido por Sílvia Pires considerou que não foram provados factos contra o dirigente que liderou o Sporting entre 2013 e 2018.
Não foi provado que as críticas de Bruno Carvalho nas redes sociais tivessem incentivado os adeptos a agredirem alguém, nem de forma implícita, assim como não foi estabelecida relação de causa e efeito entre a alegada expressão “façam o que quiserem” e o ocorrido na Academia.
Igual conclusão tiveram sobre o líder da claque Juventude Leonina, Nuno Mendes, conhecido por Mustafá, e o ex-Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) do clube Bruno Jacinto, que, tal como o antigo presidente, estavam acusados da autoria moral da invasão. Mustafá, ao qual não foi provado que nenhum dos arguidos tivesse informado da ida à Academia, foi ainda absolvido do crime de tráfico de estupefacientes.
Na leitura do acórdão foram ainda excluídas as condenações por terrorismo, uma vez que os arguidos tinham um alvo definido, sem interferirem com a paz pública, e sequestro.