Prolongamento
Defesa quer provar que Paulo Gonçalves oferecia bilhetes por "amizade"
2021-06-04 16:35:00
Julgamento do E-Toupeira arranca em setembro

A defesa de Paulo Gonçalves no âmbito do processo E-Toupeira vai tentar fazer crer ao tribunal que o antigo assessor jurídico do Benfica não atuou tendo por objetivo a corrupção mas, sim, por "amizade" ao oferecer bilhetes a José Augusto Silva, funcionário judicial, segundo conta o Expresso, nesta sexta-feira, realçando que o ex-assessor jurídico do Benfica e José Augusto Silva iniciaram uma amizade que "eclodiu no final do Benfica-Marítimo que valeu aos encarnados o título em 2014-15".

Na altura, relata o referido semanário, tanto Paulo Gonçalves como José Augusto Silva descobriram que tinham coisas em comum, como o facto de serem do Norte e também de serem apoiantes do clube benfiquista, sendo que a amizade entre ambos começou então a crescer.

É com base na ligação de amizade entre Paulo Gonçalves e José Augusto Silva que a defesa do antigo responsável jurídico do clube liderado por Luís Filipe Vieira tentará avançar em tribunal, acreditando que Paulo Gonçalves sairá ilibado no caso E-Toupeira, no qual é um dos arguidos, sendo por muitos considerado como a figura mais mediática do processo.

"A defesa pretende demonstrar que a oferta de bilhetes começou dois anos antes da alegada passagem de informação e, como tal, nunca serviram para corromper o funcionário", refere o Expresso.

O julgamento do processo E-Toupeira, no qual a SAD encarnada não foi pronunciada para ir a tribunal, arrancará em setembro. A acusação do Ministério Público sustenta que os arguidos terão montado um esquema para favorecer o Benfica, que pagaria favores de forma a obter informação em segredo de justiça.

Os arguidos negam que tenham consultado o portal Citius, o sistema informático que gere os tribunais, para troca de informação secreta da justiça.

Na fase de instrução do processo E-Toupeira, a SAD encarnada, liderada por Luís Filipe Vieira, acabou por não ser pronunciado pela juíza Ana Peres, nem nos recursos que se seguiram. Ainda assim, no âmbito do processo E-Toupeira, a SAD do clube lisboeta foi investigada. 

Em relação à SAD do Benfica, a juíza fez saber, em 2018, na altura em que justificava as decisões neste processo, que não iria pronunciar a SAD do clube da Luz pois "os factos atribuídos a Paulo Gonçalves não podem ser imputados diretamente à SAD do Benfica".

Referiu na altura a magistrada que Paulo Gonçalves não fazia parte "dos órgãos sociais da pessoa coletiva, nem representa a pessoa coletiva". No entendimento da juíza, o antigo assessor encarnado era um "subalterno".