Num artigo de opinião no jornal Record, o gestor e adepto do Benfica Mauro Xavier aponta o dedo à Sport TV, operador televisivo que detém os direitos de transmissão da esmagadora maioria dos jogos da I Liga.
Em causa a alegada ausência de repetições de lances do último jogo do Vizela-Benfica, em particular uma grande penalidade cometida por Aursnes e um lance que suscitou dúvidas: um toque na bola de Neres que, a ter acontecido, colocaria Rafa em jogo, na jogada que poderia ter custado a expulsão do guarda-redes do Vizela, por corte com o braço fora de área.
“Como se explica que não exista uma imagem clara do penálti do Aursnes?”, questiona, ao mesmo tempo que aponta o dedo aos operadores televisivos: “Contrariamente aos árbitros, os realizadores escondem-se por trás do anonimato”.
“Estamos perante ausência de imagens que confirmem decisões”
Neste artigo publicado hoje, Mauro Xavier defende a criação de um manual de transmissão televisiva, onde estejam plasmados os critérios do operador, à semelhança do que sucede na LaLiga.
O gestor entende que, sem imagens claras, a tarefa do VAR acaba por ficar mais difícil, no que poderá abalar a confiança dos adeptos.
“Estamos perante ausência de imagens que confirmem decisões”, sustenta, numa análise a alguns lances do jogo que os encarnados venceram por 2-1.
E se subsistirem dúvidas em lances capitais por ausência de repetições, fica em causa a verdade desportiva, segundo o diretor-geral para a Europa Ocidental na Microsoft.
“Para assegurar a verdade desportiva, estas dúvidas não podem existir. Pelo bem do futebol português, não podemos continuar a ter dois pesos e duas medidas”, defende.
Mauro Xavier não exclui a BTV desta obrigação de respeitar um manual. Pelo contrário, espera que o Benfica seja pioneiro.
“Cabe ao Benfica partilhar o [manual] da BTV e, uma vez mais, marcar a diferença pela positiva”, conclui.