Prolongamento
César Boaventura terá admitido à PJ estar na origem do Cashball
2020-11-18 10:30:00
Sábado revela alegadas declarações do empresário registadas num auto da PJ

A revista Sábado revela, nesta quarta-feira, informações que garante terem sido retiradas de um auto da Polícia Judiciária (PJ), ao qual teve acesso, e no qual o empresário César Boaventura terá admitido ter estado na origem do processo Cashball.

As palavras de César Boaventura terão sido registadas no dia 7 de maio de 2019, segundo realça a Sábado, citando uma conversa entre dois inspetores da PJ e o empresário de jogadores na sede do Porto daquela polícia.

"No meio da conversa e quando se falava de intermediários", o empresário "César Boaventura puxou como tema da conversa o designado processo Cashball" para garantir ter sido "o próprio quem contribuiu para que o processo espoletasse, tendo sido a pessoa que apresentou o denunciante e agente de jogadores, Paulo Silva".

Ainda no que é relatado na revista Sábado, que pertence ao grupo Cofina, César Boaventura terá também explicado às autoridades que o advogado Carlos Macanjo terá participado do esquema montado.

"Na sequência das graves afirmações que César Boaventura proferiu, indagamos o mesmo sobre quais considerava serem as motivações de tal advogado, sendo que César respondeu de imediato que seriam meramente económicas", revela a Sábado, assegurando que é isso que está descrito no auto feito pelos inspetores da PJ.

A Polícia Judiciária ilibou na segunda-feira os responsáveis do Sporting no processo Cashball, operação em que foram detidas quatro pessoas por suspeitas de corrupção desportiva, entre as quais André Geraldes, então diretor-geral da SAD verde e branca e um dos nomes fortes de Bruno de Carvalho. 

Uma vez que o Sporting diz que ainda não foi oficialmente informado, a reação a este caso foi apenas dada através de um comentário de Miguel Braga, responsável pela comunicação leonina.

De acordo com a TVI, recorde-se, todos os arguidos foram ilibados por falta de provas, à exceção de Paulo Silva, empresário que foi denunciante do caso em março de 2018, quando revelou ao Ministério Público do Porto que tinha sido mandatado, através de intermediários, para, alegadamente, corromper árbitros de andebol e jogadores de futebol adversários de modo a favorecerem o Sporting em campo. 

Diariamente o caso conhece novos detalhes, pelo menos na esfera pública e, na terça-feira, recorde-se, a Tribuna Expresso revelou ter tido acesso ao relatório final da Polícia Judiciária (PJ) sobre o Cashball.

O referido jornal revelou que o empresário Paulo Silva, único arguido do processo, recebeu 30 mil euros do Correio da Manhã, alegadamente com a finalidade de "dar uma entrevista sobre os alegados pagamentos corruptos a árbitros de andebol e jogadores de futebol".

Octávio Ribeiro, diretor do Correio da Manhã, considerou a alegação "uma loucura" e "surreal" e garantiu, em declarações ao Expresso, que "não paga, nem pagou por entrevistas ou declarações".

"Do orçamento do Correio da Manhã não saíram 30 mil, três mil, ou sequer três cêntimos", acrescentou Octávio Ribeiro, à mesma fonte.