Prolongamento
"Cash... bolinha" é para "adultos" e terá "cenas eventualmente chocantes"
2020-11-23 11:55:00
Ex-dirigente do Sporting diz que esta é uma história "de adultos para adultos"

Dias Ferreira, antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, mostra-se satisfeito por o seu clube estar 'limpo' no que ao processo Cashball diz respeito mas diz que só terminou o "primeiro capítulo" e diz que é preciso chamar-se "Cash...bolinha" já que este poderá conter cenas "eventualmente chocantes".

"Já não estamos no campo do futebol", avisa Dias Ferreira, salientando que podem ser conhecidas e reveladas, em breve, situações ligadas ao mundo mais privado.

Em artigo de oipinião no jornal A Bola, o ex-dirigente dos leões salienta que este processo judicial parece "uma coisa de miúdos" mas "não é seguramente uma história de inocentes".

Para Dias Ferreira, o processo Cashball não é certamente, em sua opinião, uma peça de "garotos cândidos, puros, imaculados, ingénuos e, muito menos, inofensivos".

Desconfiado de onde terá surgido tudo isto, Dias Ferreira diz que esta história tem vários atores mas o cenário que lhe quiseram colocar foi o do "Sporting".

Daí que este fundo na peça o deixe desagradado até porque consegue ver agora que, afinal, o clube de Alvalade nada terá que ver com a situação que tem sido investigada nos últimos meses.

O antigo dirigente do Sporting faz alusão a peças humorísticas de Raul Solnado para dar seguimento ao seu pensamento e para falar do processo "Cash...bolinha", referindo ainda que não sabe a cor do fato do ator desta história mas suspeita de algumas coisas.

"Esta história tem, seguramente, um senhor que passeia no corredor da corrupção, cujo fato não sei se é castanho ou de outra cor que alguns sabem quem é e que muito provavelmente tramou tudo isto para tramar alguém".

O processo Cashball tem dado que falar nos últimos tempos, com especial destaque na última semana, depois de a TVI avançar que o Sporting nada terá tido que ver com o processo.

Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, também comentou este processo e já disse que podem estar aí à porta revelações "maquiavélicas", salientando que espera por um "alerta CM", numa alfinetada ao canal do grupo Cofina que viu o seu nome envolvido em suspeitas no processo.

"Pelos vistos compraram uma determinada informação. Há escutas que o compravam. Estou à espera de um alerta CM sobre as escutas com entrevistas aos protagonistas. Eles trabalham lá os Octávios Ribeiros e as Tânias Laranjos", desafiou o diretor de comunicação do FC Porto.

Na terça-feira da semana passada, recorde-se, a Tribuna Expresso apresentou mais dados sobre este caso Cashball e revelou ter tido acesso ao relatório final da Polícia Judiciária (PJ), realçando que o empresário Paulo Silva, único arguido do processo, recebeu 30 mil euros do Correio da Manhã, alegadamente com a finalidade de "dar uma entrevista sobre os alegados pagamentos corruptos a árbitros de andebol e jogadores de futebol".

Octávio Ribeiro, diretor do Correio da Manhã, considerou a alegação "uma loucura" e "surreal" e garantiu, em declarações ao Expresso, que "não paga, nem pagou por entrevistas ou declarações".

"Do orçamento do Correio da Manhã não saíram 30 mil, três mil, ou sequer três cêntimos", acrescentou Octávio Ribeiro, à mesma fonte.