Bruno de Carvalho esteve detido no âmbito do caso Alcochete e acabou ilibado de todas as suspeitas. Agora, o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho relata as condições da cela da cadeia onde passou os dias.
O antigo líder leonino foi um dos suspeitos do caso Alcochete. No entanto, em julgamento, foi absolvido, numa altura em que já não era presidente do Sporting e já estava expulso de sócio.
“Não se lembraram de eu tomar banho. Só no último dia para eu ir falar com o juiz”
Agora, em entrevista à SIC, Bruno de Carvalho faz um relato sobre as condições em que viveu os quatro dias em que esteve privado da sua liberdade, antes de ser presente a um juiz de instrução criminal.
“Esses quatro dias detido transformaram-se num ano eu a dormir na minha casa com a porta da rua aberta, metade do corpo fora de casa e a outra metade dentro da casa. E os vizinhos a passarem”, começou por contar.
Bruno de Carvalho conta como era a cela da cadeia
Do mesmo modo, Bruno de Carvalho confessa que ainda agora sente as consequências daqueles quatro dias em que esteve preso.
“Eu tenho claustrofobia”, admitiu Bruno de Carvalho ao contar como viveu os dias na cela da cadeia onde esteve detido.
“O sítio onde me puseram era tão pequeno, aquilo devia ter 2 metros por 1, se tanto. Eu fiquei com níveis de claustrofobia tão elevados, tão elevados, tão elevados que já não era o quarto. Eu não conseguia estar com a porta de casa fechada”, referiu o ex-líder do Sporting.
“Eu tinha uma cama de betão com um buraco no chão colado ao lado. Em frente, um lavatório, com um buraco na parede onde escorria água azul. Isto era a minha cela”
Ou seja, Bruno de Carvalho contou que os dias na cela foram passados “a tentar sobreviver” naquelas condições. E sobre as condições, a imagem que ainda hoje guarda na memória não é a melhor.
“Eu não conseguia respirar. Mas o que é que queria que eu fizesse? Não podia abrir a porta”, disse Bruno de Carvalho.
Assim, Bruno de Carvalho contou ainda mais detalhes sobre as condições da cela da cadeia onde esteve privado da liberdade.
Alcochete: Bruno de Carvalho esteve 4 dias na cela da cadeia
“Não se lembraram de eu tomar banho. Só no último dia para eu ir falar com o juiz”, criticou o ex-líder dos leões.
Por outro lado, Bruno de Carvalho recorda todos os detalhes que tinha a cela da cadeia onde esteve preso.
“A cela tinha um buraco redondo no topo, que não dava para chegar porque estava, sei lá, a 4 ou 5 metros de altura. Sem nada”, referiu Bruno de Carvalho.
Segundo o ex-presidente verde e branco, é necessário recordar que foi detido numa altura em que estava frio em Portugal.

“Estávamos em outubro, novembro, se não me engano, e um frio descomunal. A cama era de betão. Não tinha colchão. Não tinha cobertores”, lamentou Bruno de Carvalho.
Por outro lado, o ex-dirigente contou ainda que não esteve detido no “luxo” em “Évora” na cadeia onde são colocados ex-políticos ou figuras mediáticas da sociedade que têm penas para cumprir.
Ex-líder do Sporting detalha em pormenor o que viveu
“Houve uma revista disse que eu tinha uma sanita turca na cela. Portanto, toda a gente pensou que eu estava em Évora numa cela de luxo. Não. Uma sanita turca é um buraco no chão”, contou Bruno de Carvalho.
“Eu tinha uma cama de betão com um buraco no chão colado ao lado. Em frente, um lavatório, com um buraco na parede onde escorria água azul. Isto era a minha cela”, detalhou o ex-presidente leonino.
Ou seja, Bruno de Carvalho lamentou aquilo que viveu e as condições que lhe deram enquanto suspeito do caso Alcochete.
Em outras palavras, Bruno de Carvalho vincou a ideia: “Um frio descomunal e sem tomar banho”, reiterou Bruno de Carvalho que também contou que “deu jeito criar a fama de maluco” para o Sporting pagar “zero” de “21 milhões” de uma dívida.