Prolongamento
"Benfica tem de liderar escolhas para FPF isenta e não um instrumento do Porto"
2022-05-10 09:45:00
"Não se esqueçam que eu conheço todos os métodos", lembra ex-vice-presidente das águias

Rui Gomes da Silva quebra o silêncio para velar críticas à gestão do Benfica. O antigo vice-presidente das águias e antigo candidato à presidência encarnada diz não rever os valores do Benfica na atual classificação do campeonato português, após mais uma época na qual os lisboetas ficam sem qualquer título conquistado.

"Confesso que hesitei muito em escrever sobre o Benfica", começou por justificar Rui Gomes da Silva, revelando que o tentaram silenciar. "O facto de não ceder a interesses nem querer ganhar um euro do Benfica (como nunca ganhei), e recusando-me a deixar que o Benfica seja uma plataforma de negócios quase me impede de lá chegar. Por isso a preocupação em calarem-me, primeiro na SIC, e depois na TVI", afirmou o antigo dirigente.

Rui Gomes da Silva diz que a justificação para que isso tenha acontecido deve-se aos "interesses que giram em torno do futebol e do Benfica."

Com respeito ao futebol nacional propriamente dito, Rui Gomes da Silva lembra que já em 2020 quando concorreu ao ato eleitoral, na altura vencido por Luís Filipe Vieira tinha ideias bem claras do que queria para o Benfica.

"O Benfica tem que liderar escolhas para a liderança de uma FPF isenta e não um instrumento do FC Porto", disse, salientando que o Benfica não pode ter um "silêncio comprometido ou conivente" para "iniciar qualquer competição sem novos protocolos do VAR".

Por outro lado, Rui Gomes da Silva entende que já em 2020 notava que o Benfica precisava de uma "estrutura de futebol pequena e eficiente e não minada por quem passa informações cá para fora", indicando ainda que os vice-presidentes têm de funcionar como "escudos" do clube.

"Não pesos mortos que apenas servem para aparecer no buffet do Camarote Presidencial", atirou Rui Gomes da Silva em declarações no blogue Novo Geração Benfica.

"Combate sem tréguas a um sistema que leva ao colo um clube"

A este respeito, Rui Gomes da Silva lamenta que a comunicação do Benfica não seja feita a uma só voz. "Durante uma época contentámo-nos com graças na 'Benfica News', sem que nenhum vice-presidente ou membro da estrutura - eu diria que deveriam ter sido todos - se pronunciasse sobre arbitragens".

Rui Gomes da Silva diz ainda que conhece a forma de atuar do clube da Luz e não culpa Rui Costa. "Não se esqueçam que eu conheço todos os métodos de quem lá estava e de quem lá está. Denunciei durante quatro anos e jurei combater tudo isso", lembra o antigo vice-presidente, lamentando que Rui Costa não consiga romper com isto.

Por conseguinte, o antigo vice-presidente do clube da Luz salienta que "o problema não são os dois centímetros de sábado", em alusão ao golo anulado ao Benfica no clássico contra o FC Porto. Para Rui Gomes da Silva, o ponto da questão essencial "são os quilómetros de entrega".

O antigo dirigente do Benfica desafia os corpos dirigentes atuais do clube encarnado a fazer um "combate sem tréguas a um sistema que leva ao colo um clube que deve 600 milhões de euros".

Rui Gomes da Silva acredita que esse emblema "nunca terá capacidade financeira ou massa adepta para pagar isso nem em 50 anos". "Basta de puxarem o Benfica para baixo", diz Rui Gomes da Silva, deixando ainda uma outra nota no ar. "anos de silêncio que dão de avanço a quem nos odeia", concluiu.