Prolongamento
"Benfica pensou que era o controlador máximo do país e enganou-se"
2021-10-07 13:25:00
"Não sei o que vai acontecer porque não adivinho mas não será nada de bom", crê Guilherme Aguiar

Rui Gomes da Silva, antigo vice-presidente do Benfica e candidato contra Luís Filipe Vieira e João Noronha Lopes nas eleições de 2020, admite que, por agora, não é tempo para se alongar em grandes comentários sobre o emblema da Luz que, no sábado, terá novo ato eleitoral, precipitado pela saída de Vieira na sequência do processo Cartão Vermelho. 

O antigo dirigente revela que está de consciência tranquila em relação à decisão que tomou, há anos atrás, de 'bater com a porta' por não concordar com o rumo que a gestão das águias estava a tomar e diz que, no futuro, irá explicar aquilo que pediu a Luís Filipe Vieira para se manter na administração das águias mas não lhe foi dado. Rui Gomes da Silva levanta a 'ponta do véu' e realça que lhe foi possibilitado tudo menos a tal situação que este queria.

Além disso, o antigo vice-presidente das águias sublinha que tinha de deixar a administração do Benfica pois não queria estar na Luz para "ir aos jogos" ou "viajar" com a formação principal.

"Um dia contarei o que me foi oferecido para lá continuar, com uma única exceção. É a única coisa que não me davam foi o que eu queria", afirmou Rui Gomes da Silva.

"O resto davam-me tudo. E eu não quis por uma razão muito simples que é ficar de bem com a minha consciência. Prefiro ter concorrido em 2020 com o programa que concorrido do que aceitar ser mais um só para ir aos jogos ou para viajar. Não quero, nunca quis. Sei bem o que queria e a razão", acrescentou o antigo dirigente.

Em relação ao momento atual, Rui Gomes da Silva teme que este não leve o clube a lado algum. "O caminho que está a ser seguido vai ser um caminho, possivelmente, de seguir multidão e chegar a lado nenhum", disse Rui Gomes da Silva, em declarações numa tertúlia promovida por Duarte Gomes no seu espaço 'Kickoff - Duarte Gomes', na qual participou também o ex-dirigente leonino Paulo de Andrade e o ex-vice-presidente do FC Porto Guilherme Aguiar.

Foi, de resto, o ex-diretor portista a deixar duras críticas ao emblema liderado nos últimos anos por Luís Filipe Vieira. Para Guilherme Aguiar, "o Benfica pensou, a dada altura, que era o controlador máximo do país e enganou-se".

"Como tal, não sei o que vai acontecer porque não adivinho mas não será nada de bom", vaticina o antigo vice-presidente do FC Porto que, em relação ao atual campeonato, acredita que a luta será intensa até final, prevendo que a qualquer momento qualquer clube pode perder pontos, dando o exemplo recente do Benfica, no Estádio da Luz.

"O Benfica teve bons resultados e excelentes exibições. E logo a seguir contra o Portimonense caiu", referiu Guilherme Aguiar, salientando o desaire caseiro do Benfica antes da paragem do campeonato.