A questão dos campeonatos de futebol já conquistados pelo Sporting conhece novos desenvolvimentos, com o Benfica, na sua mais recente edição do Jornal O Benfica, a criticar o canal 11, detido pela Federação Portuguesa de Futebol, por fazer publicidade "enganosa" durante a sua emissão, ao fazer referência a um relógio comemorativo do "23.º campeonato nacional do Sporting". O clube liderado por Rui Costa faz mesmo um levantamento histórico para avisar que espera que o Sporting não leve a sua teoria adiante.
Para o emblema encarnado, o canal liderado por Pedro Sousa poderá estar a passar esta publicidade por "distração ou anuência", tratando-se de "publicidade enganosa", pois, segundo as águias, "que se saiba, o palmarés oficial do campeonato, em consonância com os factos e o rigor histórico, determina, e bem, que o Sporting foi 19 vezes campeão nacional."
Seguindo uma linha de opinião, o Benfica faz depois um levantamento histórico a respeito deste tema que tem feito correr 'muita tinta', uma vez que, no tempo em que Bruno de Carvalho era presidente do Sporting, se avançou com esta 'batalha', que Frederico Varandas tem feito questão de prosseguir.
"Dirão as más-línguas que o assunto ganhou mediatismo no chamado ano do 'dobro', aquele em que o Benfica procurava o inédito tetra e passaria a ostentar, caso se sagrasse campeão duas vezes mais do que os 18 do vizinho da Segunda Circular".
Por outro lado, o emblema liderado por Rui Costa socorre-se do relatório e contas da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) da época 1938/39 para sustentar a sua teoria que é contrária à dos leões.
Neste sentido, para o Benfica, ficou claro que no relatório da FPF dessa altura, nas páginas 6 e 7 "constata-se que a Taça de Portugal é uma prova que, antes do início da temporada 1938/39 era denominada 'Campeonato de Portugal'".
Assim, para o emblema encarnado, o texto da Federação Portuguesa de Futebol, nessa altura, "não poderia ser mais claro neste ponto" e fica determinado, na lógica benfiquista, que a FPF considerou que os campeonatos da liga passaram a ser considerados campeonatos nacionais, ao invés dos campeonatos de Portugal, tidos como Taça de Portugal.
É também referido que para que não "subsistisse qualquer dúvida" aparece na "página 7 do relatório" a atribuição "dos nomes às alterações", revelando o Benfica ainda aquilo que chama de "documentos esclarecedores", pois o relatório reflete de forma "cristalina a decisão de Federação aprovada pelas associações".
Mas não é só já que, de acordo com o parecer do Benfica, é possível verificar em "documentação do Congresso da Federação Portuguesa de Futebol em 1938". "Há atas de reuniões da FPF e o troféu do Campeonato de Portugal e da Taça de Portugal é o mesmo".
Nesta lógica, o Benfica lembra ainda que quer o FC Porto na época 1934/35 e o clube encarnado nas três épocas seguintes "foram considerados pela imprensa e por todos os envolvidos, de dirigentes a adeptos, passando pelos jornalistas e jogadores, os campeões nacionais".
"Ao contrário do que alguns querer fazer crer hoje", diz o Benfica, na década de 30, em Portugal, "entendia-se que o campeão nacional era aquele que vencia o Campeonato da I Liga, e não o que ganhava o Campeonato de Portugal".
Em jeito de conclusão, para o Benfica "pretender-se adulterar o palmarés é grave pelo que a mera intenção merece o mais veemente dos repúdios". E, por isso, o clube da águia espera que "tão flagrante golpada" não seja concretizada.
"Como uns tolos incapazes de perceberem o que uns tantos iluminados querem, com pronunciado desrespeito pela verdade dos factos fazer valer no presente".