O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, compareceu perante os deputados na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução e abordou vários temas, entre os quais as dívidas que alguns clientes desta entidade bancária têm, como por exemplo Luís Filipe Vieira. Aos deputados, quando falava do empresário da Promovalor, salientou as dificuldades que a entidade tem para colocar as contas em dia e receber os créditos mas mostrou esperança de que seja possível evitar perdas em relação ao dinheiro emprestado a Vieira.
António Ramalho explicou aos deputados que, inicialmente, o aval dado pelo empresário Luís Filipe Vieira ao banco era uma moradia, uma loja em Alverca e também uma casa para um palheiro. E Ramalho surpreendeu os deputados ao salientar que, após avaliações feitas ao património do empresário, o aval dado por Luís Filipe Vieira "vale mais não executado do que executado".
Na sua intervenção inicial na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, o presidente executivo do Novo Banco explicou também que "nunca um banco em Portugal foi tão escrutinado" e por isso pede que confiem no Novo Banco e nos seus funcionários.
Além disso, António Ramalho expressou um desejo de que Luís Filipe Vieira tenha um vasto património. "Oxalá que sim", disse o CEO do Novo Banco ao falar de Vieira que é considerado como um dos grandes devedores do Novo Banco, tendo sido já ouvido por esta comissão.
O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, confirmou ainda aos deputados que o banco está a estudar a possibilidade de enviar para a Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar as avaliações feitas ao património do empresário Luís Filipe Vieira.
Durante a sua passagem pelo Parlamento português e na conversa que teve com os deputados desta comissão, o empresário e responsável pela Promovalor assegurou ter a intenção de saldar as dívidas e cumprir os contratos celebrados com esta instituição bancária.
"Há pagamento", garantiu Luís Filipe Vieira, dizendo que vai entregar ao parlamento "o acordo de reestruturação" para que os deputados percebam quais são as suas intenções.
Na audição, Luís Filipe Vieira assegurou aos deputados estar crente de que, por via dos chamadas Veículos Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOCs), a dívida será saldada. Vieira explicou que as ditas VMOCs vão converter-se em capital da Promovalor, o que garante pagamento da dívida ao Novo Banco.
Aquando da sua passagem pelo Parlamento, Luís Filipe Vieira referiu ainda que só ali estava por ser presidente do Benfica. "Eu tenho a noção exata que estou aqui porque sou presidente do Benfica, senão não estava cá, tenho essa noção exata".