Prolongamento
ANTF quer combater “habilidosos" porque público está "farto de algumas pessoas"
2021-04-09 09:40:00
José Pereira, presidente da ANTF, escreve que "começa a faltar a esperança, porque as leis não se cumprem"

O presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, José Pereira, voltou à carga no tema do cumprimento das leis, no futebol. O dirigente, que nas suas intervenções públicas mais recentes se manifestou contra a impunidade nos casos de técnicos que exercem funções sem habilitações, assina um artigo no jornal Record onde defende o cumprimento das leis, falando em "habilidosos" que conseguem impunemente desrespeitar as regras.

"O edifício legislativo do desporto em Portugal está, mais do que nunca, carente duma legislação que envolva federações, associações distritais e regionais, associações de classe, nomeadamente, treinadores, jogadores e árbitros, no sentido de acabar definitivamente com alguns habilidosos, que se estribam neste aglomerado de legislação, que confunde desorienta e não serve, como é natural, o desporto português", sustenta José Pereira.

Para o responsável pela classe dos treinadores de futebol, os problemas do desporto-rei em Portugal não se resolvem apenas nas instituições que o regulam. É necessário, segundo José Pereira, "um ministro do Desporto", para combater "um distanciamento dos restantes governantes a um segmento da sociedade, que tem tido sucesso, como aliás tem vindo a ser demonstrado".

Ressalvando que reconhece empenho ao atual secretário de Estado, bem como aos seus antecessores, José Pereira entende que, sem um ministro do Desporto, torna-se difícil ao futebol ter "uma voz audível" no Conselho de Ministros. E considera aquele responsável que, com um reforço do Desporto na estrutura governamental, o futebol ficaria a ganhar.

"Tenhamos a consciência de que o público não está farto do desporto. Está sim, farto de algumas pessoas do desporto", acusa José Pereira, sem avançar nomes, mas manifestando alguma descrença no futuro.

"Começa a faltar a esperança, um desacreditar, porque as leis não se cumprem. Porque se assumem compromissos e alguns dos intervenientes ignoram, e as entidades responsáveis não se comprometem", conclui José Pereira.