Prolongamento
"Amorim quis enterrar o Varandas se o Sporting começar a perder"
2022-08-22 10:35:00
"Amorim fez o que qualquer treinador faria. Defendeu-se. Defendeu-se porque foi traído", diz ex-capitão do FC Porto

O Sporting enfrenta momentos delicados neste arranque de temporada face aos resultados que não têm sido como os associados e a estrutura esperariam. À terceira jornada, os leões estão a cinco pontos da liderança do FC Porto, podendo ficar com os mesmos cinco ponto de desvantagem para o Benfica, o outro crónico candidato ao título, se as águias vencerem o jogo que foi adiado desta ronda.

A família sportinguista ainda procura justificações para o desaire no Estádio do Dragão diante do FC Porto, onde os campeões nacionais derrotaram o conjunto de Alvalade por 3-0. Entre leões há quem admita que Matheus Nunes, vendido dias antes do clássico, acabou por fazer falta.

A Norte, há quem note que a transferência do centrocampista abriu uma 'ferida' entre Rúben Amorim e a administração verde e branca liderada por Frederico Varandas.

"Quem é o Varandas? Saiu-lhe a sorte grande ao contratar o Rúben Amorim", comentou Rodolfo Reis, antigo capitão do FC Porto, certo de que as declarações de Rúben Amorim são, para si, de uma leitura clara.

"Ele quis enterrar o Varandas se o Sporting começar a perder. Mas há alguma dúvida disto?", questiona o antigo futebolista dos portistas.

"Ele foi o melhor comunicador. Aquilo que ele queria dizer, disse. E agora se o Sporting começar a ter resultados negativos que eu espero que tenha...", admite Rodolfo Reis, certo de que a contestação a Frederico Varandas poderá aumentar de tom.

Por outro lado, o antigo jogador dos azuis e brancos, que falava na CMTV, diz que compreende as declarações de Rúben Amorim, treinador dos leões.

"O Rúben Amorim fez o que qualquer treinador faria. Defendeu-se. Defendeu-se porque foi traído", considera Rodolfo Reis, esperando para ver o que reservam os próximos tempos em Alvalade.

Rúben Amorim, recorde-se, rejeitou a ideia de incoerência no discurso, depois de Matheus Nunes ter saído dias depois de o treinador ter afirmado que estava satisfeito com a forma como o clube estava a segurar pedras fundamentais para a época.

"A incoerência não está do lado do treinador. Se há coisa que eu sou é muito coerente com as minhas ideias. Já fui criticado por seguir as minhas ideias até ao fim", salientou Rúben Amorim.

Em declarações aos jornalistas em conferência de imprensa, Rúben Amorim explicou que a saída de Tabata se deu porque Matheus Nunes, nessa altura, não estava previsto sair.

"Nós vendemos o Tabata, porque o Matheus não quis sair. Recusou uma proposta e temos de arranjar dinheiro, então vamos vender os outros. Eu não posso ficar com todos."

O treinador do Sporting disse ainda que desde o primeiro momento tinha essa possibilidade em mente. "Eu sei desde o primeiro momento que o Matheus poderia sair e a vontade da direção era tirar o Matheus."

Ainda assim, Amorim destaca que tudo foi feito para segurar o jogador. "Nós fizemos o máximo para mantê-lo. Passámos para um plano B em que tentamos vender todos os jogadores (o Tabata) para tentar manter os nossos melhores, mas apareceu outra vez esta proposta aliciante e a direção faz as suas escolhas. Eu sou empregado do clube".