“Isto serve para o treinador ver que não vale a pena estar a dar oportunidades a alguns jogadores”, diz Jorge Castelo
A época é longa e os treinadores procuram ter a plenitude do plantel nas máximas forças, procurando aqui e ali dar minutos a jogadores que não os têm tido para que, a qualquer momento, possam ser chamados para desafios de maior expressão. Sérgio Conceição assim pensou para o desafio da Taça da Liga mas a verdade dos números é que saiu derrotado e sem possibilidades de avançar na competição que continua a ser uma espécie de ‘maldição’ no FC Porto, que nunca conquistou esta prova.
Para Jorge Castelo, treinador e professor especialista em metodologia do treino, a ‘revolução’ que Sérgio Conceição realizou na partida dos Açores irá permitir ao técnico dos azuis e brancos perceber que “alguns jogadores já não estão cá e não é só o Corona, se calhar”. “Não posso desconsiderar o Corona que foi dos melhores estrangeiros em Portugal, atenção”, deixou claro.
No entanto, Jorge Castelo sustenta que o mexicano continua a ser “uma sombra” em campo daquilo que já revelou ser nos anos em que tem vindo a representar o FC Porto.
“O Corona tem créditos firmados, o Corona tem uma capacidade enorme que nós fomos elogiando ao longo dos anos. Mas ficamos interrogados relativamente ao Nanu e ao Manafá”, observou.
“Quando temos dois laterais que, no fundo, passam pelo jogo…”, disse Castelo, em declarações na A Bola TV, realçando que “isto serve para o treinador ver que não vale a pena estar a dar oportunidades a alguns jogadores quando verificamos que alguns, quando têm oportunidades, não correspondem às exigências”.
Mas os reparos de Jorge Castelo não se ficam por Corona, Nanu e Manafá. Também o brasileiro Pepê é motivo de considerações por parte deste especialista em treino, que já trabalhou em equipas técnicas de Benfica e Sporting, entre outros projetos.
“Este Pepê continua sem aparecer e custou muito dinheiro, atenção”, assinalou, lembrando, todavia, que tem um concorrente na posição que tem estado em grande plano: Luis Díaz.
“Está bloqueado pelo Luis Díaz, não há hipótese mas tendo estas oportunidades tem de mostrar muito mais”, aconselha Jorge Castelo, fazendo notar que o brasileiro contratado nesta temporada pelos dragões “não fez uma situação de um para um”.
Tudo somado, Jorge Castelo entende que o FC Porto tem agora de “fazer contas no sentido de saber se vai dar mais oportunidades a alguns jogadores”. E voltou a falar do rendimento de Tecatito Corona.
“Não procurou a bola. É um excelente jogador, não deixou de saber jogar futebol em dois ou três meses, não perdeu agora o ADN ou a essência do FC Porto.”
Para este especialista em treino, Corona provavelmente “pode ter a cabeça demasiado cheia para sair e demasiado cheia por alguém dizer ‘tens de fazer, tens de fazer'”.
A este respeito, Castelo sustenta que se Tecatito Corona fosse observado por estes tempos no sentido de arranjar um novo clube, “ficava no FC Porto e ninguém o levava”.