A revista Sábado revela, nesta quinta-feira, que o alegado acordo feito entre Rui Pinto e as autoridades portuguesas poderá ser ilegal.
O hacker, que aguarda julgamente no âmbito do processo Doyen, terá ajudado as autoridades a desencriptar discos rígidos com informação que ele próprio terá recolhido, visando um alegado acordo de que a informação que ali estivesse não poderia ser usada contra ele mesmo em tribunal no futuro.
A Sábado realça ainda que, após consultar o processo, percebeu que outra contrapartida que Rui Pinto pediu às autoridades foi sair do regime de prisão preventiva a que estava sujeito.
Porém, se o acordo foi feito nestes moldes corre o risco de ser considerado ilegal, realça a Sábado, sustentando que consultou vários juristas.
Anteriormente, a Polícia Judiciária (PJ) já tinha esclarecido que Rui Pinto não foi contratado para trabalhar com aquele órgão de polícial criminal.
A PJ explicou ainda, na altura, que Rui Pinto está integrado na Lei de Proteção de testemunhas e assegurou que se reserva "no direito e no dever de utilizar todos os meios legais ao seu dispor, para a descoberta da verdade material dos crimes que investiga".
O Ministério Público (MP) opôs-se à libertação, que foi justificada pela juíza Margarida Alves com a “contínua e consistente colaboração” com a Polícia Judiciária e o “sentido crítico” do criador da plataforma Football Leaks.
No âmbito do processo Doyen, Rui Pinto começa a ser julgado a 4 de setembro por 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por tentativa de extorsão à Doyen.
O criador do site Football Leaks, recorde-se, é também responsável pelo Luanda Leaks, processo no qual foram denunciados alegados esquemas financeiros da angolada que lhe terá permitido desviar dinheiro.