Prolongamento
"A verdade é como o azeite, virá ao de cima". Baganha responde a Vítor Pataco
2020-11-12 10:25:00
"No exercício da minha função nunca decidi a favor ou contra clubes", diz Baganha

Augusto Baganha, antigo presidente do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), insiste que acredita que os tribunais lhe vão dar razão em relação às críticas que fez a Vítor Pataco, atual responsável por aquele organismo, que foi alvo de buscas por parte das Polícia Judiciária no âmbito de alegadas suspeitas de proteção dada ao Benfica a respeito de processos relacionados com as claques. 

Após ter sido exonerado do cargo, no verão de 2018, Augusto Baganha apresentou queixas contra Vítor Pataco, acusando o seu sucessor de uma suposta proteção dada aos encarnados, versão que Vítor Pataco nega.

Augusto Baganha volta a público para reitarar que confia que no final a verdade será conhecida neste processo e não se mostra preocupado com um outro que lhe foi movido por Vítor Pataco, por entender o atual líder do IPDJ que existiram ofensas à sua reputação.

"A verdade é como o azeite, virá ao de cima", vaticina Augusto Baganha, em declarações ao jornal O Jogo, assegurando que pode garantir que está "de consciência tranquila". 

Baganha realça ainda que enquanto foi líder do IPDJ tratou todas as entidades por igual. "No exercício da minha função nunca decidi a favor ou contra clubes. Muitos foram investigados e sancionados, além de Benfica também Sporting, FC Porto ou SC Braga."

Em 2018, no Parlamento, Augusto Baganha revelou que o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, pressionou a sua direção para que resolvesse a favor do Benfica a interdição ao Estádio da Luz.

"Um exemplo que eu posso revelar é que o secretário de Estado enviou uma mensagem à minha vogal, Lídia Praça, com o número do advogado do Benfica, com o objetivo de resolver a questão da interdição do Estádio da Luz, e fê-lo com alguma impulsividade. Devia ser o Benfica a contactar a minha colega e não o contrário. Os papéis inverteram-se e houve essa mesma pressão", revelou Augusto Baganha durante a audição perante a Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, em plena Assembleia da República.

Vítor Pataco, presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), também clama inocência e diz que está de consciência tranquila em relação às suspeitas levantadas a respeito de um alegado favorecimento que terá dado ao Benfica no caso de uma investigação às claques.

O Ministério Público quer perceber se Vítor Pataco, antigo presidente da Benfica Multimédia S.A.,  favoreceu, ou não, o emblema encarnado na questão das claques, situação que Pataco desmente.

Na passada segunda-feira, recorde-se, a SAD do Benfica também foi alvo de buscas que confirmou às suas instalações, mostrando-se totalmente disponível para colaborar com as autoridades para esclarecer as questões do processo em causa.

O Benfica tem mantido uma luta contra as instâncias governativas e judiciais relativamente à forma como entende que os adeptos devem ser tratados, não considerando que tenha claques e não querendo 'catalogar' os seus apoiantes em determinados setores do Estádio da Luz.

Porém, recentemente, as águias deram indicações aos associados sobre a necessidade de terem o chamado cartão de adepto para assistirem aos jogos, segundo o regulamento de segurança do Estádio da Luz.

A este respeito, Augusto Baganha diz que "é natural que possa haver uma evolução positiva para que de facto a situação não venha a ter o impacto que teve antes."

O Benfica, recorde-se, continua a destacar que não presta apoio às claques No Name Boys e Diabos Vermelhos, recusando a ideia de que tem claques no seu estádio.