A Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol chumbou todos os pareceres a respeito da categorização dos campeonatos nacionais e da Taça de Portugal. O Sporting, que promoveu esta discussão através de um parecer histórico, viu a entidade federativa juntar mais dois pareceres pedidos a universidades portuguesas. Só que todos os três documentos não passaram pelo crivo dos delegados da Assembleia Geral federativa.

O Benfica, sem o nomear e através da sua newsletter oficial, apelou a que "de uma vez por todas, se deixe de pavonear revisionismos, sob pena de se continuar a desrespeitar a história e as competições", numa mensagem que Carlos Barbosa da Cruz, antigo diretor do Sporting, viu como sendo dirigida para Alvalade.

O antigo dirigente verde e branco nota na mensagem das águias uma "raivinha atávica de não querer que o seu principal rival tenha mais títulos de campeão nacional".

E a respeito deste tema acaba por realçar que "tem alguma graça o Benfica vir acusar o Sporting de pavonear revisionismos - seja lá o que isso for".

Carlos Barbosa da Cruz sustenta que, porventura, "a maior ficção histórica do nosso futebol é o ano de fundação das águias", uma vez que "de papel passado e reconhecido no notário a 1 de julho de 1906 só o Sporting, o resto são reconstituições feitas à medida".

Por outro lado e a respeito do resultado da votação em Assembleia Geral Extraordinária da Federação Portuguesa de Futebol, Carlos Barbosa da Cruz desafia os dirigentes atuais do Sporting a não deixarem o tema cair no esquecimento.

"Este é só um percalço de uma de uma convicção de que não vai nunca esmorecer, escreva quem escrever a história", declarou o antigo dirigente dos leões, em artigo de opinião que assina nas páginas do jornal Record.

Além disso, e para a Federação Portuguesa de Futebol sobram também críticas de Carlos Barbosa da Cruz, que acusa o organismo federativo de encaminhar a decisão para os delegados da Assembleia Geral por forma a "não beliscar os interesses instalados".

O Sporting, recorde-se, assume que tem 23 títulos de campeão nacional já conquistados. Porém, oficialmente, a Federação Portuguesa de Futebol apenas reconhece 19 troféus aos leões.

Ainda assim, o emblema verde e branco faz questão de mostrar em diferentes frentes o número 23, aludindo aos campeonatos que em Alvalade são considerados, embora não reconhecidos pela entidade máxima que tutela o futebol em Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol.