A temporada futebolistica em Portugal terminou e o FC Porto venceu as principais competições internas, somando campeonato nacional e Taça de Portugal para o museu. Os rivais, por seu turno, têm aproveitado o defeso para tecer críticas às arbitragens, sobretudo agora que foi conhecido o quadro de árbitros e videoárbitros para o Mundial do Qatar e Portugal não tem nenhum representante.
Dias Ferreira, antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting diz que não vê esse zero da arbitragem lusa na principal prova mundial de seleções com surpresa. "Surpresa? Só para alguém que viva em Marte e não tenha nada a ver com o futebol nacional", afirmou o antigo dirigente dos leões, muito crítico em relação ao trabalho dos árbitros nacionais.
"A arbitragem portuguesa não presta, não é independente e isenta e a culpa é do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol e da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), que são uma e a mesma coisa, e ambas sem qualidade", assinalou Dias Ferreira.
Em declarações no jornal A Bola, o antigo líder da Mesa da Assembleia Geral verde e branca considera que "até um cego vê isto". "Mas, como todos sabemos, o pior cego é aquele que não quer ver. E ponto final parágrafo", referiu Dias Ferreira.
Por conseguinte, o antigo dirigente dos leões desafia os organismos de arbitragem a 'baterem com a porta'. "Estão ainda à venda muitas canas de pesca, baralhos de cartas ou simplesmente lindas paisagens em Portugal com que se podem entreter, dando lugar a uma outra geração de dirigentes da arbitragem e de árbitros", desafiou Dias Ferreira, que não acredita, contudo, que Fontelas Gomes e seus pares deixem a estrutura federativa de arbitragem.
"Mas não acredito que larguem o poder para que melhor se possa vir a arbitrar, porque o seu objetivo é continuar a controlar e condicionar a verdade desportiva, num exercício corporativo em que se protegem uns aos outros, incluindo os que comentam", salientou Dias Ferreira, desagradado com o quadro atual da arbitragem portuguesa.
E por isso, em relação às declarações do presidente da APAF, Luciano Gonçalves, que disse que estão "tristes" pela ausência de árbitros e elementos portugueses no VAR no Mundial, Dias Ferreira deixa ainda uma ideia.
"Tristes? Deviam era estar envergonhados, e não terem a lata de, pela boca do presidente da classe, dizerem que são tão competentes como os que foram nomeados", destacou.
Dias Ferreira deixa algumas questões no seguimento das palavras de Luciano Gonçalves à imprensa. "Se são tão competentes, então porque foram excluídos? Por outros factores? Bem, o melhor é não ir por aí, porque podemos chegar a tristes conclusões — essas sim bem tristes".