Portugal
"Vocês gostam de arranjar confusão. O homem da eliminatória chama-se Benfica"
2021-08-24 22:35:00
Jorge Jesus recusa-se a destacar exibições de Vlachodimos no 'play-off'

O treinador do Benfica, Jorge Jesus, foi questionado sobre as exibições de Odisseas Vlachodimos nos dois jogos com o PSV e afirmou que o guarda-redes "não" foi o melhor da equipa, contrapondo com... o valor coletivo das águias.

"Não. Vocês gostam de arranjar problemas. Gostam de arranjar confusão. O homem da eliminatória chama-se Benfica. Chama-se equipa do Benfica. Esses, sim, é que foram os grandes campeões desta eliminatória", reagiu Jesus, na entrevista rápida à TVI24.

Recorde-se que, logo após a primeira mão, na Luz, o treinador do Benfica recusou destacar a exibição de Vlachodimos, que a generalidade dos adeptos e da crítica apontou como o melhor em campo. Jesus chegou mesmo a desvalorizar a exibição do guardião para enaltecer a de Morato. "Morato é que fez um grande jogo", insistiu.

O próprio Benfica, após a partida da segunda mão, reconheceu a importância da exibição de Odisseas Vlachodimos ao alterar provisoriamente o nome da conta oficial em inglês na rede Twitter, para SL Benficadysseas.

Sobre a partida, Jorge Jesus realçou a importância do resultado, um empate sem golos depois do Benfica ter jogado cerca de uma hora em inferioridade numérica, uma vez que Lucas Veríssimo foi expulso aos 52 minutos.

"O grande objetivo era passar e entrar na fase de grupos. Estes jogadores merecem, os adeptos merecem. Estamos a construir uma boa equipa. Sabíamos que íamos jogar com um adversário forte, de Champions, não de eliminatórias. Isto é um adversário para estar já na fase de grupos. É a primeira vez esta época que não faz golos. Em oito jogos fez 22 golos, só hoje é que não conseguiu fazer. É uma equipa fortíssima", frisou.

"A jogar com menos um, perdemos a nossa capacidade ofensiva. Encostaram-nos às cordas. Com o decorrer do jogo estávamos mais cansados e tínhamos dificuldades em sair. Taticamente a equipa esteve irrepreensível. Eles merecem porque fizeram um grande jogo", acrescentou.

Já em declarações à Eleven, Jesus destacou o facto do Benfica, apesar da desvantagem numérica, ter cometido menos faltas do que o adversário: "Esta eliminatória fez lembrar Turim, também com um expulsão, com problema do Garay e a equipa soube segurar o resultado. Foi muito bem organizada defensivamente, perdemos poder ofensivo com a expulsão, mas até aí estávamos a ser a melhor equipa. Uma curiosidade, que dá uma indicação muito forte coletivamente do Benfica a defender: com menos um jogador fizemos 12 faltas e o PSV nesse período fez 14. Dá para perceber que as boas estruturas defensivas sobrepõem-se às equipas que fazem faltas por tudo e por nada".

"Como quer que joguem com menos um e tenhámos capacidade para defender bem e atacar com saídas? Não existe isso, apesar de a equipa ter tentado escolher momentos do jogo. Ser bem organizada e quando o adversário deixasse sair - e tivéssemos capacidade para tal - podíamos sair com o Rafa ou o Everton. Mas não tivemos muitas porque passámos os 60 minutos dentro do nosso meio campo, com fadiga. Um jogo de futebol não é patinagem artística! Aí há notas. No jogo de futebol há uma nota, que é ganhar objetivos. Querem nota artística em tudo? Em todos os momentos? Em vários não vamos ter. Não podemos tirar o valor e a grande qualidade de jogo que o Benfica fez. A defender bem, bem na bola parada, deteminada para não sofrer", finalizou Jorge Jesus.