Portugal
"Vi cartilhas e foram-me distribuídas. Tinham linguagem que configurava crimes"
2020-11-26 16:15:00
Sportinguista diz que "é tudo honesto e cheio de valores" no jornalismo português

Hélder Amaral, conhecido adepto do Sporting, defendeu nesta quarta-feira que é preciso mudar a atual realidade do futebol nacional, em geral, e no Sporting, em particular, destacando que caberá a Rogério Alves, enquanto presidente da Mesa da Assembleia Geral verde e branca, dar o primeiro passo.

Numa altura em que os associados querem a marcação de uma Assembleia para abordar temas relacionados com os estatutos, entre outros pontos relevantes da atualidade leonina, Hélder Amaral questiona a forma de atuação de Rogério Alves desde que assumiu o cargo no Sporting.

"Rogério Alves tem de explicar porque toma esta atitude. É para proteger quem? Qual é o objetivo?", questiona Hélder Amaral, dizendo que até percebe algumas atitudes que Frederico Varandas tenha tomado depois que foi eleito, mas não compreende como é que Rogério Alves, um sportinguista com muitos anos ligados ao clube, não tenta, na ideia de Amaral, unir o Sporting.

"Tenho alguma paciência e compreensão com Frederico Varandas. Com Rogério Alves não tenho nenhuma. Ele conhece o espírito, o sentimento, os lados do Sporting. Conhece a elite da sociedade", sublinhou, realçando que "se algum dia quiser", Rogério Alves consegue "ser o elo agregador" no clube de Alvalade.

Criticando algumas estruturas que fazem parte da história e da vida do leões, o antigo deputado, que criticou Frederico Varandas, deixou reparos, por exemplo, ao Conselho Leonino que mais não era, no conceito de Hélder Amaral, do que uma "feira de vaidades".

"Na primeira reunião em que participei, no Conselho Leonino, fui lá dizer que era melhor acabar com aquilo. Aquilo era uma feira de vaidadas, em que a malta só queria saber quando ia buscar bilhetes e onde estacionava o carro. Se o Sporting ganhava ou não era outra coisa. E não era tão relevante", salientou Hélder Amaral, dizendo que o Sporting tem de falar a uma só voz e se unir contra os rivais.

Em declarações no programa de Youtube A União Faz a Força, lamenta ainda que seja visto como um opositor à direção de Frederico Varandas, lembrando que procura o melhor para o Sporting.

Já em relação aos rivais, Hélder Amaral sustenta que procurou sempre nos programas de televisão em que participou, entre os quais na Sporting TV, desmascarar algumas narrativas.

"Quando se atacava a cartilha não era um ataque ao Benfica. Era um ataque a uma forma de fazer o combate desportivo. Quando se ataca o E-Toupeira não se ataca o Benfica, atacam-se práticas fora da lei. Ninguém atacava as claques do Benfica, nem o Benfica, mas, sim, uma prática criminosa. Confundir isto tudo beneficia o infrator", referiu o ex-comentador da Sporting TV, deixando críticas também para a comunicação social, sobretudo depois que se ficou a saber que a Polícia Judiciária não encontrou provas para ligar ex-responsáveis do Sporting ao processo Cashball.

"No jornalismo só há bons, não há maus. É tudo honesto e cheio de valores. Estão sem controlo", disse Hélder Amaral, dizendo que sabe do que fala quando se refere às ditas "cartilhas".

"Eu vi cartilhas e foram-me distribuídas cartilhas. As cartilhas, em si, tinham linguagem que configurava crime, incitamento à violência, atentatos ao bom nome", disse, realçando que esta tinha "paternidade [um autor]".

Hélder Amaral explicou ainda que "existia um organograma" e que o Benfica sabia e sabe usar em proveito próprio uma certa influência que tenta ter na sociedade nacional através da imprensa.

O conhecido adepto do Sporting entende que era preferível que os órgãos de comunicação, à imagem do que acontece em Espanha e nos Estados Unidos da América, falassem abertamente dos lados que defendem.

Hélder Amaral deu o exemplo da CNN, que critica Donald Trump, ou do jornal Marca, que procura chegar a um público mais virado para o Real Madrid.