Portugal
"Ver Salvador atacar o Sporting e ter razão é algo confrangedor"
2020-09-07 14:45:00
Rita Garcia Pereira antecipa "contradição" nas contas da SAD do Sporting

O não pagamento do treinador Rúben Amorim, que se mudou a meio da época passada do SC Braga para o Sporting, continua a ensombrar a pré-época dos leões.

No dia em que a SAD do Sporting vai apresentar, à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, o relatório e contas referente à temporada 2019/20, Rita Garcia Pereira, que fez parte da comissão de fiscalização no Sporting, frisou que os números são pouco importantes quando o Sporting só teria uma obrigação: "Pagar o que deve", como realçou num artigo de opinião para o blogue Leonino.

Para além dos danos na reputação do clube de Alvalade, a ex-dirigente lembrou o "aumento exponencial do valor" a pagar ao SC Braga com a aplicação, já anunciada pelo presidente António Salvador, de juros de mora.

"Ver Salvador atacar o Sporting e ter razão é algo confrangedor", afirmou Rita Garcia Pereira.

No entender da advogada, o relatório e contas de 2019/20 vai provar que o caso Rúben Amorim é em si mesmo uma "contradição".

Isto porque o Sporting não pode alegar dificuldades financeiras para pagar ao SC Braga com contas positivas, enquanto que contas negativas significam que "a gestão" que o presidente Frederico Varandas tanto tem elogiado é uma mentira.

"Se a SAD apresentar lucro, permanece por explicar a insistência em não pagar Rúben Amorim, incumprimento este que tem sido explicado com os efeitos da pandemia; se o Sporting SAD apresentar prejuízo, então a apregoada gestão não produziu os efeitos que foram prometidos", sustentou.

A ex-dirigente tem sido uma crítica frequente da gestão de Frederico Varandas, não perdoando ao presidente do Sporting a "total desgraça" que foi a última temporada.

"Basta de soberba, de incompetência e de decisões surreais. Basta", escreveu Rita Garcia Pereira, num artigo, no final de julho, em que comentou também o caso Rúben Amorim: "Negócio que, a ser pago (o que, por motivos que me parecem de duvidosa legalidade, parece não ter sucedido), traria à sucursal do Benfica uma vantagem financeira assinalável".