Portugal
"VAR fez bem em não intervir no lance do golo do Paços", diz Duarte Gomes
2020-12-07 19:20:00
Ex-árbitro analisa o lance do golo do Paços de Ferreira na Luz

Duarte Gomes, antigo árbitro internacional e atual comentador, analisou esta segunda-feira o golo do Paços de Ferreira no Estádio da Luz, no encontro da nona jornada da I Liga que o Benfica venceu, por 2-1. 

Aos 23 minutos de jogo, Oleg aproveitou um alívio da defesa encarnada para, à entrada da área, abrir o marcador com um remate forte que terminou no fundo das redes, levantando dúvidas quanto à sua regularidade. 

No momento do remate, há um jogador pacense que está à frente de Vlachodimos, podendo ter interferência na visão do guarda-redes das águas, que não conseguiu travar o remate. 

De resto, o próprio Jorge Jesus abordou o lance no final do encontro, considerando que o “golo devia ter sido invalidado”, precisamente porque há “um jogador que tira a visão” ao guardião. 

Ora, Duarte Gomes explicou esta segunda-feira o lance, considerando que a jogada “não é preto no branco” e que, por isso, é necessário ter-se em conta várias interpretações. 

“Teoricamente, a não marcação do fora de jogo está perfeitamente legitimada pela interpretação de não ter havido interferência e impacto claro no ângulo de visão. Como a lei a curta, os árbitros têm várias recomendações para avaliar este impacto na visão do guarda-redes”, começa por enquadrar. 

Duarte Gomes considera depois “não haver dúvidas” que Vlachodimos vê a bola partir, mas que um “ligeiro desvio com a cabeça” mostra que o grego foi condicionado pelo jogador pacense e que o próprio avançado dos castores “baixa a cabeça” ao perceber “que a bola lhe pode tocar”. 

“Se pesarmos os prós e os contras, haveria mais motivos para punir o fora de jogo do que não. Mas a verdade é que este não é um lance preto no branco e que é perfeitamente aceitável a compreensão da equipa de arbitragem em entender que não”, continua. 

Para o ex-árbitro, há no entanto uma “coisa garantida” no meio da controvérsia à volta da decisão: que o lance “não é para intervenção do VAR”. “Por uma razão muito simples”, explica Duarte Gomes, “porque o VAR, se cumprir bem o seu papel, só pode intervir quando o erro em campo é grave, no sentido de ser claro, óbvio e evidente”. 

“Este é um lance de interpretação e o VAR, mesmo na dúvida, não se pode basear numa mera opinião, mas sim em certezas absolutas. Portanto, o VAR fez bem em não intervir no lance”, rematou. 

O Benfica venceu o Paços de Ferreira por 2-1, no Estádio da Luz, com um golo marcado no último lance de jogo.