A TVI emitiu ontem uma reportagem, onde dá conta de alegados indícios de corrupção encontrados pela Polícia Judiciária, relacionados com o caso dos vouchers.
De acordo com a TVI, o Ministério Público apensou o caso dos vouchers ao dos emails, a correr no Departamento Central de Investigação e Ação Penal de Lisboa.
O advogado António Pragal Colaço, comentador da BTV, desvaloriza e garante que a informação emitida naquela estação já era do domínio público.
“Cada instituição é uma instituição. Nós podemos ser perseguidos criminalmente por uma situação que existiu há 20 anos”, começou por dizer, em declarações ao programa Bola Branca, da Renascença.
Pragal Colaço considera que a reportagem "não traz nenhum dado novo”, em comparação com a informação tornada pública há cerca de três anos.
“A verdade é esta: isso já foi tudo apensado há muito tempo. Não há nada... Se as pessoas forem ao Google, vão encontrar informação sobre isto. A informação que foi dita ontem [na TVI] está disponível há três anos. Vão ao Google. Está lá. Há três anos, já se falou na apensação ao processo do Benfica. Estamos em 2020, não estamos em 2017”, disse.
O advogado sugere ainda que existe má-fé nesta reportagem. “Não vale a pena estarmos a imputar a alteração das datas e dos anos para, com isso, taparmos a verdade. Ou somos sérios, ou não vale a pena discutir esta matéria”, realça.
António Pragal Colaço assegura que não há um novo processo em andamento. “Todo o material relacionado com o Benfica foi paulatinamente sendo apensado num único processo, por razões de estratégia da investigação”, reitera.
Recorde-se que o Benfica já tinha emitido uma nota a reagir à reportagem, ainda ante da emissão da mesma.
Em comunicado, as águias referiam que não foram notificadas "de nenhuma 'conclusão do Ministério Público' relativamente a qualquer inquérito judicial que esteja em curso”.
Também o diretor de Comunicação do clube da Luz, Luís Bernardo, comentou a investigação jornalística, questionando o ‘timing’ da mesma.
"Não sejamos ingénuos. Surge na sequência da decisão do Ministério Público, que veio demonstrar dolo do diretor de comunicação do FC Porto e do responsável pelo Porto Canal, por emails truncados, falseados e fabricou-se a lógica do plano do Benfica para controlar a arbitragem. Isso caiu por terra há 24 horas. Também há 24 horas, um clube nosso rival teve a apresentação de contas catastróficas, com riscos no fair-play financeiro da UEFA", disse ontem, em declarações à CMTV.
Recorde-se que o caso dos vouchers teve início numa denúncia feita por Bruno de Carvalho, então presidente do Sporting, no ano de 2015, num programa da TVI24.