Portugal
Vale e Azevedo não vai pagar 60 milhões ao Benfica e a outros credores
2021-04-16 21:35:00
Autoridades inglesas exoneram o ex-presidente do Benfica da insolvência

A justiça inglesa exonerou Vale e Azevedo da insolvência, declarada em 2009, reconhecendo oficialmente ser incapaz de cobrar os mais de 60 milhões de euros de dívida do ex-presidente do Benfica (entre 1997 e 2000). Entre os credores que vão ficar sem o dinheiro encontra-se o clube da Luz, de acordo com a TVI.

Com esta decisão, as autoridades inglesas assumem ser que não conseguem encontrar património que possa ser executado para liquidar as dívidas do ex-dirigente desportivo. A quinta de Almoçageme, em Sintra, por exemplo, não pode ser executada porque a propriedade foi transferida para uma empresa da família.

Entre os vários credores de Vale e Azevedo encontra-se o Benfica, que reclama cerca de 15 milhões de euros, relativos a alegados desvios em cinco transferências, incluindo a apropriação de 640 mil euros na venda de Ovchinnikov, e à venda de terrenos do clube, como no caso Euroárea.

O empresário Pedro Dantas da Cunha é o principal credor, ficando assim sem receber cerca de 23 milhões de euros (com juros), num caso que envolveu um prédio no Areeiro (Lisboa), em 1997. No total, de acordo com a TVI, são mais de 60 milhões de euros de dívida perdoada ao ex-dirigente, que burlou dezenas de vítimas entre Lisboa e Londres, onde tem residido.

A justiça portuguesa também tem tido dificuldade em executar o ex-dirigente. No ano passado, o Tribunal Judicial de Lisboa arquivou um processo em que o Benfica se apresentava como credor, por alegada apropriação indevida de verbas referentes às transmissões televisivas dos jogos, por terem passado mais de 20 anos desde a data dos factos.

Com esta decisão da justiça inglesa, datada de março de 2020 e que equivale a um perdão da dívida, Vale e Azevedo pode voltar a constituir património em nome próprio, uma vez que a insolvência foi exonerada.