Pedro Madeira Rodrigues, antigo candidato à presidência do Sporting, criticou o presidente dos leões, Frederico Varandas, por ainda não ter pago ao SC Braga pela transferência de Rúben Amorim.
O ex-candidato considerou que, se já era pouco "ético" ir buscar o treinador do "rival direto" com a época em curso, o mínimo que se exigia ao Sporting era que... o pagasse.
"É legítimo que queiramos o treinador do rival direto do campeonato passado. É legítimo querer. Trazê-lo já está no limite da ética. Trazê-lo e não pagá-lo, por mais desculpas que arranjemos, é inexplicável", afirmou, em entrevista à 'Bola Branca', da Renascença.
Após cinco anos de "brunismo", o Sporting tinha uma oportunidade de voltar a ser "um clube honrado, cumpridor, sério". Só que o caso Rúben Amorim provou que "nada disto acontece", reforçou..
"Éramos um clube sério. Podíamos não estar a ganhar, como não estamos a ganhar, como não ganhámos com Bruno de Carvalho, mas tínhamos esta diferença que nos marcava e até isso já perdemos", lamentou o ex-candidato.
Madeira Rodrigues exigiu explicações e garantiu entender o ultimato do SC Braga, que deu um prazo ao Sporting – e que expira hoje – para realizar o pagamento.
"Vê o Sporting a fazer contratações, pagámos agora 6,5 milhões por metade do passe de um jogador do Famalicão, e não temos dinheiro para honrar este compromisso?", interrogou.
Com os leões a "perderem completamente" a superioridade moral, o ex-candidato considerou que Frederico Varandas não consegue ser diferente de Bruno de Carvalho.
"O 'brunismo' aparentemente entrou no Sporting e está para ficar. É isso que me preocupa e que me angustia", concluiu.
No acordo realizado entre os clubes em março, o Sporting comprometeu-se a pagar 10 milhões de euros (mais 2,3 milhões de IVA), cinco deles no dia seguinte à apresentação de Rúben Amorim (05 de março) e mais cinco milhões em 05 de setembro.
Contudo, a SAD sportinguista falhou o primeiro pagamento, o que levou a uma penalização de 10%, ou seja, de 1,230 milhões de euros, acrescidos de IVA (quase 290 mil euros) e, desde então, os bracarenses têm cobrado juros mensais, que, à data da carta, ascendiam a pouco mais de 440 mil euros.
Assim, a dívida total por Rúben Amorim chegou aos cerca de 14,2 milhões de euros, dos quais o Sporting liquidou 2,5 milhões, referentes ao IVA do negócio, que coloca a dívida a rondar os 11,7 milhões de euros.
Se os leões não liquidarem a dívida hoje, o SC Braga vai exigir mais 1,7 milhões de euros, a título de juros de mora, e não descarta avançar para tribunal contra o Sporting.