O léxico do futebol há muito tempo que adotou referências religiosas, até porque o desporto da bola também é feito de crença, de esperança e a incerteza do resultado é sempre algo ligado ao desconhecido. Por isso, não admira que, ao longo dos anos, muitas tenham sido as associações mais ou menos aproximadas de lógicas desportivas à religão.
Numa altura do campeonato em que tudo se decide e são poucos os pontos de diferença entre os três primeiros da classificação, é o clube da cidade dos Arcebispos que corre mais distante mas que, ainda assim, tem legítimas aspirações em chegar ao segundo e depois ou primeiro lugar da tabela.
Benfica é líder, FC Porto tem menos quatro e SC Braga menos seis
Essas vagas são, nesta altura, do Benfica e do FC Porto que só dependem de si mesmos para segurarem os lugares que ocupam nesta altura na classificação.
É, pois, num clima de intensa rivalidade que se fazem promessas e os fiéis adeptos esperam que tudo possa terminar em festa, pagando-se depois, se for o caso, as promessas, em caso de concretização dos pedidos.
"O altar só porque temos o Papa?"
Jorge Amaral, antigo jogador do FC Porto, admite que os azuis e brancos têm de dar tudo em campo para tentar não permitir uma aproximação maior do SC Braga e sonhar com o título, contando com a ajuda dos portistas e desconfiando do que possa ocorrer em outros redutos.
"O altar só porque temos o Papa? O Benfica tem os padres, as missas, a catedral, é tudo", disse o ex-futebolista do FC Porto, reforçando que na Luz "está tudo."
O Benfica tem quatro pontos de vantagem na frente do campeonato para o FC Porto, segundo classificado, e seis para o SC Braga que segue na terceira posição.
"Falta um Paulo Gonçalves e muita paixão"
Para o antigo guardião dos azuis e brancos, o Benfica tem revelado a falta de alguns elementos que, a seu ver, poderiam dar uma margem de conforto à turma orientada por Roger Schmidt.
"Falta um Paulo Gonçalves e muita paixão", disse Jorge Amaral, que falava em declarações num programa de desporto da CMTV, onde alinhou pela ideia de que, no futebol "a paixão é muito importante".
"Muita paixão", insistiu o antigo jogador de futebol do emblema da cidade Invicta, provocando alguns sorrisos em estúdio pela forma como ia insistindo no recurso à expressão "paixão".