O antigo futebolista Maniche criticou de forma dura a gestão de Frederico Varandas, presidente do Sporting, num comentário que associa os lucros apresentados pela SAD, na época passada, às dívidas ao SC Braga, pelo treinador Rúben Amorim, que obrigou a uma moratória e a um novo acordo.
“Podia dizer muita coisa sobre isto, mas não quero perder tempo. Não vale a pena”, começou por o antigo médio, no programa Futebol Total, do canal 11, nesta terça-feira.
A verdade é que Maniche acabou por analisar o assunto, em detalhe, considerando que o presidente do Sporting está a colocar em causa “a dignidade que o Sporting sempre teve”.
“Os números estão expostos. Vou pela coerência, pela dignidade que a instituição Sporting teve, nestes anos todos. Até aos últimos anos, o Sporting nunca esteve numa situação destas”, afirmou, referindo-se ao incumprimento para com o SC Braga.
“O Sporting tinha de pagar e não pagou. Porquê? Pela pandemia? Por amor de Deus… Se não tinha dinheiro, não contratava”, concluiu Maniche.
Maniche relativiza os lucros da SAD, até porque paira sobre o emblema de Alvalade a sombra do incumprimento, no caso da contratação do técnico que servia os arsenalistas.
“Quando se contrata um treinador, ou um jogador, tem de se pagar. Pode haver a desculpa da pandemia, mas em plena pandemia o Sporting contratou, por seis milhões e meio de euros, Pedro Gonçalves ao Famalicão. Se as pessoas não pagarem a água, a luz e a renda vão ter lucro ao final do ano”, aponta o antigo internacional português.
“Isto tem que ver com dignidade, ou com vergonha”, prosseguiu Maniche, considerando que a “desculpa da pandemia” apenas serve para “manipular a realidade”.
“O Sporting contratou um treinador e tem de o pagar. Ainda bem que existe este acordo, mas nós gostamos de que futebol seja transparente. Eu não vi o acordo”, salientou, referindo-se ao novo acordo entre leões e arsenalistas.
E aqui Maniche entra no campo da transparência a que os dirigentes estão obrigados, na relação com os adeptos.
“Quando vais à televisão implorar aos adeptos para ir ao estádio, apoiar a equipa, depois tens de lhes dar informação sobre o clube. O adepto tem o direito de saber o que se passa no clube, tem de saber o que se passou neste acordo. Ninguém sabe…”, lamentou.