O relatório e contas relativo ao último exercício da SAD portista foi conhecido nos últimos dias e revelou um buraco nas finanças dos dragões. Ao mesmo tempo, foram divulgadas as verbas que a administração liderada por Pinto da Costa arrecadou em bónus e isso gerou polémica, motivando um esclarecimento por parte do FC Porto.
O clube da Invicta fez saber que o bónus dizia respeito ao "desempenho de 2021/22" da sociedade que gere o futebol portista, quando a SAD teve lucros a rondar os 20 milhões de euros e não no último exercício onde se registaram perdas a rondar os 48 milhões de euros.
"Porque a desinformação corre sempre mais depressa do que a verdade, o FC Porto informa de que o valor pago a título de remuneração variável aos administradores executivos da FC Porto, Futebol SAD se refere ao desempenho de 2021/22, época em que o FC Porto conquistou o título nacional de futebol e a sociedade apresentou resultados francamente positivos", pode ler-se no comunicado dos dragões.
"Já foi um grande presidente"
Carlos Abreu Amorim, antigo deputado, professor universitário e conhecido adepto do FC Porto, lamenta que a SAD azul e branca apresente estas contas e critica a forma como "muitos sócios do FC Porto persistem em equacionar o futuro exclusivamente através da gratidão do passado que devem a quem já foi um grande presidente".
No contexto em que o FC Porto se apresenta, Carlos Abreu Amorim realça, no jornal A Bola, que "as alternativas sérias ao atual estado de coisas tardam em se afirmar claramente".
E o ex-deputado vai mais longe e considera que, perante a realidade financeira do FC Porto, os administradores da SAD deveriam "autolimitarem as suas remunerações sumptuosas, desrazoáveis e sem motivo".
"Penso não estar a exagerar se considerar que é a continuação de um filme de terror"
Isto porque, faz notar Carlos Abreu Amorim, o contexto que se apresenta ao emblema nortenho "ameaça a continuidade do FC Porto como um clube poderoso no contexto nacional e europeu".
"A atual administração está a condicionar fortemente o futuro do FC Porto", vaticina Carlos Abreu Amorim, certo de que a expressão que lhe ocorre para falar desta realidade no FC Porto é "filme de terror".
"Penso não estar a exagerar se considerar que é a continuação de um filme de terror que já dura há quase uma década e que parece não ter fim à vista", lamentou o antigo deputado na Assembleia da República.