Portugal
“Soa a perseguição ao Amorim. E o castigo do Conceição, vai ser nas férias?”
2021-05-04 19:55:00
Sousa considera "completamente descabido" o tempo que levou o novo castigo ao treinador do Sporting

O novo castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina (CD) à Federação Portuguesa de Futebol ao treinador Rúben Amorim, que tem de cumprir uma suspensão de seis dias, tornou-se na polémica do momento no futebol português, uma vez que os incidentes que levaram ao castigo ocorreram em... outubro de 2020.

O Sporting reagiu de imediato, criticando a “súbita urgência” do CD em comunicar o castigo na mesma altura em que “Rúben Amorim prestou declarações sobre o processo que ameaça suspendê-lo por um período de um a seis anos”, voltando a criticar a “dualidade de critérios” do organismo disciplinar.

“Acho completamente descabido que aconteça desta forma”, comentou José Sousa, lembrando que, num processo anterior, o mesmo CD deliberou em apenas dois dias sobre um castigo também a Rúben Amorim, que ficou então suspenso por 15 dias. Ao proceder desta forma, o CD acaba por dar razão às acusações feitas por várias figuras do universo leonino de “perseguição” ao Sporting e ao seu treinador.

“Vamo-nos colocar na pele de qualquer pessoa do Sporting: perante esta ponta final do campeonato, aplicar o castigo nesta altura soa a quê? A perseguição! É o que as pessoas podem imediatamente pensar. Têm toda a legitimidade para pensar que é de má-fé”, considerou o ex-jogador, num comentário para a Sport TV.

Também Sérgio Conceição se pode queixar dos procedimentos do CD, uma vez que já foi castigado pelos incidentes em Moreira de Cónegos, mas continua a aguardar para saber se vai ser sancionado pelo caso ocorrido em Portimão, que envolveu também Paulo Sérgio, do Portimonense.

“Se o Rúben proferiu palavras sobre a arbitragem, que seja castigado. Mas era logo no mês de outubro e não agora no final da temporada, quando está tudo ao rubro. E a questão de Portimão, do Sérgio Conceição e do Paulo Sérgio? Foi aberto um processo, o castigo vai ser no período de férias? Ou vai ser na pré-temporada?”, questionou.

Sousa insistiu que não estava a colocar em causa os castigos, mas sim a falta de coerência no tempo que decorre entre a abertura do inquérito e o resultado do mesmo, com alguns processos a serem resolvidos “em dois dias” e outros, como este agora sobre Rúben Amorim, a levarem seis meses.

“É inaceitável que os treinadores se insurjam contra os árbitros constantemente, é conferências de imprensa e ‘flashes’ a ‘cascar’ os árbitros pelo insucesso da sua equipa, não pode acontecer para o bem do nosso futebol e estes castigos devem ser pesados. O CD tem é de ser muito mais célere nas decisões. É isso que critico. No que diz respeito aos trabalhadores, se chacinam os árbitros na opinião pública terão de sofrer as consequência. Falei do Rúben Amorim e do Sérgio Conceição, mas falo do Carlos Carvalhal, do Jorge Jesus, de todos os treinadores. E dirigentes, como os do Boavista, que se calhar até tinham razão. Nós passamos mais tempo a criticar árbitros do que a falar de futebol”, concluiu.