Portugal
"Sermos corretos não basta. É preciso verificar se o vizinho não faz batota"
2020-08-24 17:55:00
Rita Garcia Pereira critica Sporting por não denunciar alegada "pressão" do Benfica para salvar Vitória de Setúbal

A advogada Rita Garcia Pereira, que fez parte da comissão de fiscalização no Sporting, manifestou-se incrédula pelo facto dos leões não denunciarem um alegado caso de pressão sobre clubes por parte do Benfica.

Em causa está a notícia, avançada pelo Leonino, de que Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, terá contacto dirigentes de outros clubes para que estes ocultassem dívidas do Vitória de Setúbal, de forma a evitar a despromoção dos sadinos ao terceiro escalão.

Num comentário para o mesmo blogue, a ex-dirigente frisou que “nada há que demonstre que é falso o que foi invocado” e criticou o Sporting pelo silêncio sobre o assunto.

“O que se teria imposto a uma direção de Comunicação de qualquer clube rival era colocar os seus recursos a denunciar esta situação, enquanto oficialmente se deveria tentar apurar, nas instâncias competentes, o que existe de verdadeiro nesta notícia”, sustentou Rita Garcia Pereira.

“Sermos corretos não basta. É preciso verificar se o vizinho não faz batota. No nosso caso, diria mesmo, é preciso impedi-lo de a fazer”, avisou.

No entanto, “tudo” o que a Comunicação do Sporting tem feito “é entrevistar-se a si mesma”, criticou.

Sendo verdade essa “pressão” sobre outros clubes para salvar o Vitória de Setúbal, o Benfica “fica numa posição de credor” dos sadinos, “sendo que Vieira não é conhecido por deixar de cobrar favores”.

“Que favores são esses e a que título o presidente do Benfica se preocupa pessoalmente com a situação de um clube que, para além de não ser o seu, também não é rival, é algo que deveria preocupar não apenas o Sporting e o FC Porto mas, como se afigura evidente, principalmente as instâncias desportivas”, insistiu.

A ex-dirigente do Sporting afirmou ainda que acabar com os programas “com debates sobre futebol”, propor “mil comissões de ética” ou até “tentar disciplinar tudo” não vai acabar com este “elefante na sala” que são as “estranhas alianças” entre clubes.