O ex-candidato à presidência do FC Porto, José Fernando Rio, abordou “um tema muito sensível”: a hipótese que está em cima da mesa de Luis Díaz deixar os dragões já no mercado de janeiro. Há notícias sobre o interesse do Liverpool no colombiano, com valores que poderão chegar aos 70 milhões de euros.

José Fernando Rio entende que “vender o melhor jogador a meio da temporada pode ter custos desportivos”. Ainda que compreenda os “benefícios financeiros”, lembrando que “Luis Díaz não é insubstituível”, considera que uma saída de um elemento essencial “poderá criar alguma desilusão ou desmotivação por parte do plantel”.

Em declarações à Antena 1, propõe que Pinto da Costa e o clube “avaliem bem esta situação”, para que as dinâmicas da equipa não se percam, numa fase decisiva da temporada.  

Por outro lado, José Fernando Rio destaca a dimensão do encaixe financeiro, se se confirmarem os valores que a imprensa divulga. Colocando esta propalada venda como um dos maiores negócios do futebol português, Rio manda uma 'bicada' no rival Benfica.

“Eu sei que 70 milhões são 70 milhões. E não é só para o FC Porto que 70 milhões são importantes. Será um dos maiores negócios feitos a partir do futebol português, se esquecermos aquele negócio que considero falso do João Félix", dispara. A venda de Díaz por 70 milhões, a confirmar-se, será "um dos maiores negócios do futebol português", enfatiza.

“Dificilmente algum clube pode virar as costas a uma quantia tão elevada, mas é preciso avaliar a situação desportiva e tentar que este negócio passe para o verão. Se o Liverpool quer levar já o jogador, então que bata a cláusula de rescisão”, complementa.

FC Porto "respira com mais dificuldade"

O antigo candidato compreende que as dificuldades financeiras coloquem a direção portista perante uma necessidade de venda, até porque a saída precoce da Liga dos Campeões deixou o clube “a respirar com mais dificuldade”. Mas haverá outras soluções, descartando outros jogadores do FC Porto que não sejam essenciais nos planos de Sérgio Conceição.

“O FC Porto precisa de dinheiro imediato, para cumprir obrigações que tem a curto prazo, precisa de liquidez. Mas pode tentar transferir jogadores menos importantes como o Luis Díaz. Por exemplo, o empréstimo do Sérgio Oliveira não é ideal, mas ajuda um bocadinho. E temos também o Corona, que pode ser rentabilizado antes de sair a custo zero”, diz ainda, em declarações à mesma rádio.

José Fernando Rio, sublinha ainda que a saída de Sérgio Oliveira para a Roma, entretanto oficializada, foi “uma boa oportunidade de negócio”, bem aproveitada pelo FC Porto.

Apesar da recente renovação de contrato do médio, a verdade é que o jogador perdeu protagonismo na dinâmica da equipa, até porque Vitinha se afirmou como titular e Uribe é um elemento essencial no centro do terreno.

“Sérgio Oliveira era um jogador muito importante, era até uns dos capitães, teve um papel importante nas últimas temporadas, mas perdeu protagonismo, até pelas novelas do ‘sai não sai’. Acho natural que FC Porto e o jogador queiram aproveitar a oportunidade. Já sei que a receita não é imediata, porque se trata de um empréstimo. Mas parece-me bem. Se quer que lhe diga, parece-me bem”, conclui José Fernando Rio.