Numa análise ao triunfo do Benfica diante do Arouca, Jorge Jesus enalteceu a eficácia demonstrada por Yaremchuk. O elogio ao avançado ucraniano veio acompanhado de uma crítica à equipa, em particular depois da saída do ucraniano. 

“Yaremchuk mostrou que, para fazer um golo, não precisa de muitas oportunidades. E sem ele a equipa mostrou que tem muitas oportunidades e não faz golo. Ele está a adaptar-se, a conhecer a equipa, com movimentações diferentes do ponta de lança. Disse-me que não estava cansado, mas eu quis protegê-lo. Fez um golo e uma assistência. A nota é boa”, disse o técnico, em declarações à BTV. 

"Yaremchuk não precisou de muitas oportunidades para fazer golo, não precisou de muitos momentos para fazer a assistência. E é isso. A diferença dos jogadores. Ele hoje mostrou-nos, nos 60 minutos em que jogou, que, para além dessas duas situações que fizeram a diferença, notou-se que ele conhece o jogo. É um número 9. É um ponta de lança, um homem de área. E deu-me indicações de que posso contar com ele já, para os próximos jogos. Tem poucos dias de treino, não apenas físico, mas de conhecimento da movimentação da equipa. Não é fácil adaptar-se, porque requer muita repetição, mas ele está a adaptar-se muito bem”, referiu, mais tarde, na conferência de imprensa.

Jorge Jesus destaca “duas coisas muito importantes”, neste triunfo frente ao Arouca. “A vitória e o regresso dos nossos adeptos. Temos sempre mais um jogador, com os nossos adeptos”.  

“O jogo tornou-se ‘fácil’, mas falhámos muitos golos. Fomos pouco eficazes em momentos de golos fáceis, apenas com o guarda-redes pela frente. Estamos no princípio da época e temos de dar alguma desculpa”, realçou.  

Apesar dessa pouca eficácia, o técnico do Benfica mostrou-se satisfeito com a exibição. “A equipa fez um jogo seguro. O Arouca, com 11 ou com 10, iria sempre defender. O posicionamento do Arouca foi igual, com 11 ou com 10”, relativizou, desvalorizando a expulsão do guarda-redes. 

“Deu para lançar o André Almeida. Queríamos pôr o André a jogar meia hora e deu para rodar jogadores que atuaram com o Spartak. Isto é bom, porque ganhamos um plantel. Notou-se alguma dificuldade em dar velocidade ao jogo, mas alguns jogadores nossos estavam cansados”, resumiu ainda.

Jesus considerou ainda que !a equipa está preparada para jogar em diferentes sistemas, com quatro ou três defesas”.  

“Sente-se confortável em qualquer sistema. Em termos de qualidade, de segurança, de posse de bola, equipa é mais segura a jogar com três defesas. Hoje, tivemos boas dinâmicas, mas houve muito golo fácil que não se fez. E isso não valoriza o nosso jogo. Se fizéssemos cinco golos, sentiríamos mais a superioridade que tivemos”, conclui. 

Por seu turno, o técnico do Arouca, Armando Evangelista, elogiou a forma como a sua equipa reagiu à adversidade. E considerou que o lance que determina a expulsão do guarda-redes resulta de "uma desatenção", associada ao "ruído no estádio".

“Se a nossa tarefa não era fácil ao jogar de igual para igual, com menos um o fardo tornou-se mais pesado. O domínio do Benfica é evidente, mas a organização do Arouca também. Valorizámos a vitória do Benfica com uma organização defensiva muito boa, sem recorrer à falta”, disse.  

“Demonstrámos organização e, com bola, procurámos ser o que sempre fomos: ligar setores, dar largura com movimentos de fora para dentro, e com menos um, criámos três oportunidades de golo. Parece-me que conseguimos produzir qualquer coisa... Nunca contestando a supremacia do Benfica, acabámos por fazer um jogo positivo, face às condicionantes”, salientou ainda Armando Evangelista.