A SAD do Benfica, a Benfica estádio, o antigo presidente Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira, que é o atual co-CEO da SAD encarnada e mais quatro arguidos e uma empresa, são acusados pelo Ministério Público (MP) de crimes de fraude fiscal e falsificação de documentos, no âmbito do chamado processo 'Saco Azul'.
Rita Garcia Pereira, advogada e antiga dirigente do Sporting, considera que é difícil às autoridades cruzar caminhos de alegado desvio do dinheiro, mas confia que podem chegar a conclusões. Em todo o caso, explica a sua reserva relativamente a este caso. "À partida, o saco azul funciona justamente para o remetente não transferir para o destinatário diretamente. Só se o último destinatário for completamente burro, não queria dizer as coisas assim, e depositar o dinheiro todo não tendo, por exemplo, outras fontes de rendimento que lhe permitam ter aquele dinheiro. É a única forma", admitiu a antiga dirigente verde e branca.
Para Rita Garcia Pereira, existem possibilidades de as autoridades perceberem e confirmarem as suspeitas, insistindo, porém, que se trata de um caso complexo.
"Se as pessoas andarem, por exemplo, com intermediários a comprar talhos já isto não se passa. É mais difícil chegar", referiu a antiga dirigente do Sporting, justificando que se tratava de um exemplo que era uma "hipótese meramente académica, como é óbvio".
"Se as pessoas tiverem familiares que lhes compre talhos, para eles depois terem os talhos, e o dinheiro nunca passou por eles, torna-se mais difícil de provar", afirmou Rita Garcia Pereira.
Em declarações num programa da CMTV, onde é comentadora, Rita Garcia Pereira deixou claro que se tratou de "um exemplo académico".
Com isto, a ex-dirigente leonina disse não querer levantar alusões no mundo do futebol, algo que rapidamente ocorreu e gerou admiração no painel, isto face ao exemplo escolhido pela antiga dirigente verde e branca para comentar o caso 'Saco Azul'.
O Benfica, recorde-se, já confirmou que foi informado pelo Ministério Público a respeito dos mais recentes desenvolvimentos sobre este caso que, na ótica de Pragal Colaço, conhecido adepto benfiquista e advogado, não coloca o clube em risco a nível desportivo.
"Não tem consequência nenhuma para o Benfica. Nem desportiva, nem financeira"
"Não tem [consequência] nenhuma para o Benfica. Nem desportiva, nem financeira. Se houver uma condenação final, em termos de fraude fiscal, isso tem penas previstas no Regime Geral das Infrações Tributárias, que vão desde multa até pena de prisão [para os acusados], mas não tem repercussão nenhuma em termos de penalização desportiva, não pode ter", assegurou Pragal Colaço, na Renascença.