Na conferência de imprensa de análise ao triunfo do Sporting diante do Paços de Ferreira, Rúben Amorim manteve o discurso, relativamente à candidatura ao título, que continua a não assumir, não obstante a larga vantagem relativamente aos rivais.  

Confrontado com essa estratégia de comunicação, que vem apresentando há algumas semanas, o técnico explicou porque não muda. “Os jogos são todos difíceis. Ainda não sem bem a resposta dos jogadores a um resultado mais negativo. E quando digo um resultado falo de uma série de jogos, porque já tivemos resultados negativos, saímos de competições e passámos momentos difíceis. Mas não sabemos bem como funciona o grupo nessas fases”, referiu. 

“Disse e vou repetir: no último jogo, se faltar só uma vitória e nós dependermos de nós, somos candidatos”, completou o técnico, que não dará qualquer reprimenda a nenhum jogador que apresente uma visão diferente. 

“Eles não são miúdos. São homens. Enquanto fizerem o trabalho no campo, podem dizer o que quiserem. A partir do momento em que deixarem de correr tanto, se um extremo deixa de acompanhar um lateral, consigo perceber os sinais. Até lá, podem dizer o que entenderem. Mas eu garanto-vos: será difícil um jogador dizer essas palavras [que o Sporting é candidato]. Somos candidatos a vencer todos os jogos, mas não somos candidatos ao título”, insistiu Rúben Amorim. 

A vantagem de 10 pontos relativamente ao FC Porto, segundo classificado, e de 11 e 13 pontos sobre SC Braga e Benfica, respetivamente, significa que "se o Sporting for campeão, é normal, se não for o treinador não percebe nada disto", ironizou o técnico leonino.

"A nossa vida está estranha, o campeonato está estranho... Não há público. Ninguém pensou nisto. Tivemos casos de covid-19, poderemos voltar a ter... Não podemos controlar isso. Resta-nos seguir a nossa vida, seguir jogo a jogo, ver que jogadores temos e seguir com a nossa ideia, tal como temos vindo a fazer. Se perdermos, serei o único treinador em Portugal que perdeu uma vantagem de 10 pontos. Eu não tenho nenhum problema com isso. Faço o que é o melhor para os jogadores. Eu sinto o stress que há no jogo mesmo quando o controlamos. Falta muito... Temos agora é de ganhar ao Portimonense", disse.

Relativamente ao jogo com o Paços, duas palavras que se repetem também no discurso de Rúben Amorim: justiça e dificuldade. Justiça porque os triunfos do Sporting têm sido justos, dificuldade porque os leões nunca ganham de forma fácil. 

“Uma vitória inteiramente merecida. Sabíamos que íamos defrontar uma grande equipa, que tal como o Sporting não perdia há muito tempo. Fazendo o golo, poderíamos gerir melhor com bola, controlamos o jogo, não demos muitas oportunidades ao Paços, que teve um remate na primeira parte. Na segunda parte, marcámos de novo e fechámos o jogo”, resumiu. 

"Acho que controlámos totalmente o jogo. Estivemos sempre confortáveis no jogo. Parabéns aos jogadores, que mais uma vez defenderam muito bem. Há muito a melhorar, como é óbvio, mas somos justos vencedores. Controlámos o jogo do início ao fim. Jogámos três vezes com o Paços e não sofremos nenhum golo”, concluiu.