Presidente do Nacional lamenta críticas que clube foi alvo na retoma dos treinos
A euforia da subida na secretaria já lá vai e agora Rui Alves já pensa no futuro mais próximo do Nacional, que irá disputar no principal escalão do futebol. Mas para trás fica uma mágoa com tudo o que se disse e escreveu sobre o regresso aos treinos do emblema da Choupana ainda em tempo de estado de emergência.
Rui Alves lamenta as críticas e admite até que foi o exemplo do Nacional que terá permitido o regresso do campeonato, por decisão conjunto do governo, das autoridades de saúde e das instâncias desportivas.
“Se calhar, a retoma admitida pelo primeiro-ministro tem muito do facto de o Nacional se posicionar como se posicionou nesta matéria. O Nacional mostrou que era mais seguro ter os atletas, com controlo médico e técnico nos estádios, do que com corridas de rua e cruzamentos sistemáticos com os adeptos. Depois foi o Sporting, o SC Braga e o Feirense que, em estado de emergência, [regressaram aos treinos] sem a polémica como quando foi o Nacional.”
Em declarações na A Bola TV, o presidente do Nacional salientou ainda que “se o primeiro clube a dar um ‘murro’ na mesa fosse de outra dimensão todos perceberiam”.
Rui Alves lembrou ainda que quando deu ordens para que fossem retomados os treinos ainda estava o país sujeito ao estado de emergência mas sublinha que o decreto” assinado pelo Presidente da República, que “foi aconselhado por grandes especialistas de saúde pública” dava conta que de estes “especialistas permitiam o desenvolvimento da sua profissão em contexto de treino.”
O que é certo é que apesar da ‘luz verde’ para um regresso da I Liga, a II Liga terminou na secretaria e com críticas do Feirense que ficou no terceiro lugar e sem possibilidade de subida na secretaria.
“O Covid-19 não tem nada a ver com o 24 de Abril [1974, como falou o presidente do Feirense]”, explicou Rui Alves, em resposta ao dirigente fogaceiro.
O presidente do Nacional compreende que “o desporto existe para consagrar vencedores em campo mas esta situação é assim”.
“Ninguém queria estar nesta situação mas temos que sobreviver”.
Na entrevista ao canal A Bola TV, Rui Alves avisou ainda para eventuais consequências que podem chegar para países que deram por terminados os campeonatos.
“O que aconteceu na Holanda é um desrespeito até com as orientações da UEFA”, disse, criticando os países que decidiram terminar os campeonatos de forma “precipitada” e antevendo que vão ter um futuro “muito difícil”.