A aposta de Jorge Jesus em Helton Leite, com Vlachodimos a perder a titularidade, gerou desconforto no habitual titular, que segundo o jornal Record já fez saber que se sente injustiçado. O guarda-redes passou de titular a suplente depois de dois jogos sem sofrer golos.
Carlos Manuel refere que nada tem contra o guardião, mas sustenta que esses lamentos só surgem porque o Benfica não está a ganhar.
“Hoje li que o Vlachodimos se queixa de que não joga... Porque é que ele se queixa? Porque a equipa não está a ganhar. Se o Benfica estivesse a ganhar ele estava caladinho, não podia dizer nada”, afirma a antiga glória encarnada, na Sport TV.
O técnico lembra que nenhum jogador é contratado para ser titular. “Ele não é pago, não faz o contrato para jogar. Não tenho nada contra o Vlachodimos, mas isto só mina o grupo de trabalho. E quando é alguém do próprio grupo que vem dizer isto, os outros que não jogam também ‘espirram’”, salienta.
A opção de Jorge Jesus por Helton Leite causou surpresa, até porque a troca surgiu depois de dois jogos em que os encarnados não sofreram golos, na I Liga, algo raro na presente temporada. Vlachodimos foi titular durante toda a época e saiu da equipa depois do triunfo frente ao Famalicão, em que o guardião não sofreu golos. Antes, diante do Vitória de Guimarães, o Benfica também manteve as redes seguras.
Daí que o guarda-redes não compreenda a saída do onze, lugar conquistado quando chegou à Luz. E não se pode dizer que o jogador tenha comprometido, ao ponto de ser relegado para o banco.
O egoísmo e desconforto por ser suplente são compreensíveis, segundo Carlos Manuel, mas a união no grupo tem sempre de prevalecer.
“Nós podemos ser egoístas, mas temos de trabalhar para o grupo e para o coletivo. Mas quando as coisas correm menos bem, é cada um a fugir para cada lado. Um treinador não consegue ser justo com todos os jogadores”, adianta ainda o ex-futebolista.
Este detalhe é um sinal de pouca unidade no balneário, mas há outros sinais igualmente evidentes que se notam no relvado, segundo Carlos Manuel. Desde logo a pouca confiança e o medo de errar.
“Olho para o jogo do Benfica e acho que os jogadores se escondem. Os jogadores estão com receio de errar. Um lançamento da linha lateral de um jogador do Benfica e demora muito tempo... No Sporting, por exemplo, isso não acontece, porque há muita confiança”, assinala.