Portugal
“Se não mostra amarelo, tem de deixar a jogada seguir de forma rápida”
2021-05-07 15:05:00
Pedro Henriques defende que Soares Dias falhou duas vezes no lance que envolveu Pepe e Seferovic

O ex-árbitro Pedro Henriques considera que o árbitro do clássico entre Benfica e FC Porto errou duas vezes no lance em que os encarnados reclamam a expulsão de Pepe. Desde logo, por não ter admoestado o defesa dos azuis e brancos com o segundo amarelo, pela falta cometida sobre o avançado suíço Seferovic. E não o fazendo, deveria ter deixado o jogo prosseguir, sem interromper a reposição rápida de Taarabt, que isola Everton. 

“No minuto 80, Pepe tem um pisão completamente negligente, uma entrada fora de tempo, em que não tem em conta o perigo e as consequências do seu ato. Mas depois temos uma segunda consequência deste lance: se o árbitro não mostra amarelo, tem de deixar a jogada seguir de forma rápida. E o Benfica o que fez foi repor a bola, que acaba por entrar na baliza”, argumenta, numa análise aos casos de arbitragem no clássico feita na TVI 24.  

“Se o árbitro opta pela expulsão, faz todo o sentido parar o jogo. A partir do momento em que apenas assinala a falta, não tem como não deixar seguir o lance”, explica Pedro Henriques, que advoga que “é por causa disso que Rui Costa acaba por ser expulso: deverá estar a protestar pela não expulsão do Pepe e pelo facto de a jogada não prosseguir rapidamente”. 

No entanto, o ex-árbitro faz uma ressalva. No momento em que o médio marroquino repõe a bola, com Everton a isolar-se, “os jogadores do FC Porto estão parados”. Logo, não é correto considerar-se que o desfecho da jogada fosse aquele - até porque se ouve o apito de Artur Soares Dias antes do remate do brasileiro. “É lógico que os jogadores do FC Porto estão parados, logo, não sabemos se seria golo ou não”, refere o ex-árbitro. 

O antigo árbitro comenta ainda o critério de Artur Soares Dias. “Foi um jogo com muitos cartões amarelos. Foram 11. E com um critério tão apertado como este, depois acontece que ficam outros cartões por mostrar. E o indicado teria sido a expulsão do Pepe. Com o critério que o árbitro leva, fica esse amarelo por mostrar”, aponta 

Pedro Henriques destaca que há um lance “exatamente igual” em que Seferovic é punido com um cartão, num lance em que pisa Uribe. “O árbitro mostra cartão a Seferovic, e bem, num lance a papel químico”, diz. 

As restantes decisões relevantes – duas grandes penalidades revertidas e um golo anulado – foram boas decisões, ainda que com uma ressalvaNa jogada da queda de Rafa, “o fora de jogo de 19 centímetros anula o que se segue”, explica. E o que se segue é uma grande penalidade. No entanto, Pedro Henriques sustenta que a falta de Manafá ocorre fora de área.  

Na queda de Diogo Gonçalves dentro de área, as imagens mostram que “é o jogador do Benfica que pisa o pé do jogador do FC Porto”. “O VAR esteve bem. Seria um erro grave se fosse marcado penálti”, defende.  

Inquestionável é o fora de jogo de Darwin, no ataque que resulta no golo de Pizzi. “Darwin está em fora de jogo. Bem esta reversão do VAR, que teve três excelentes intervenções. As boas decisões do vídeoárbitro acabam por salvar uma arbitragem que seria completamente desastrosa”, resume o antigo árbitro.