Portugal
“Se isto fosse rigoroso, Sérgio Conceição era expulso jogo sim jogo sim”
2020-12-18 11:20:00
"Quando perde - ou está na iminência de perder - fica com o bicho, é irascível", defende Capristano

As recentes controvérsias a envolver Sérgio Conceição, com trocas de palavras com Pep Guardiola, Pako Ayestarán e alegadamente com Pepa, esteve esta quinta-feira em debate no programa Golos, que conta com a participação de José Manuel Capristano. 

Para o ex-dirigente do Benfica, Sérgio Conceição tem ‘duas caras’, apresentadas mediante o resultado do jogo que estiver a disputar. 

“Sérgio Conceição não gosta de perder? Isso dá-me uma vontade extraordinária de rir. Eu não conheço nenhum jogador e nenhum treinador que goste de perder. Quando ganha, o Sérgio Conceição tem aquela cara sorridente e bem educada. Quando perde - ou está na iminência de perder - fica com o bicho, é irascível”, começa por dizer. 

José Manuel Capristano considera ser “uma questão de personalidade” mas defende que, se houvesse “rigor”, o técnico do FC Porto seria expulso “jogo sim jogo sim”, mediante o comportamento do banco azul e branco, em referência às de Pep Guardiola e Pako Ayestarán. 

“É uma questão de personalidade. Ele é assim e não há nada a fazer. Se isto fosse levado com rigor, jogo sim jogo sim Sérgio Conceição era expulso”, vincou. “Ao longo do jogo, os treinadores do Benfica ou Sporting podem levantar-se, até os diretores podem, mas o banco do FC Porto é em uníssono, levantam-se todos quando há confusão: médicos, treinadores e suplentes”. 

“Nunca mais me esqueço de um miúdo - hoje já é graúdo - que era amigo dele, que ia para casa dele, ir a atravessar o campo e ficar com a mão estendida”, concluiu, numa alusão a João Félix, quando ainda representava o Benfica. 

Recorde-se que o último duelo da Taça de Portugal, entre FC Porto e Tondela, ficou marcada por uma troca de palavras entre Ayestarán e Sérgio Conceição. Para o técnico espanhol, que havia visitado o Dragão na semana anterior, então para o campeonato, o banco do FC Porto “queria arbitrar o jogo”

“A bancada estava vazia, mas parecia estar cheia, com o barulho que vinha do banco do FC Porto. Que posso dizer? Parecia que o banco do FC Porto queria arbitrar o jogo”, atirou o espanhol.

Sérgio Conceição reagiu mais tarde, na conferência de lançamento ao jogo, considerando as palavras de Ayestarán “uma forma grosseira de condicionar o árbitro”, apontando também ‘baterias’ a Pep Guardiola, depois das declarações do catalão no jogo entre FC Porto e Manchester City para a Liga dos Campeões. 

“Se dissesse alguma coisa no fim do jogo até faria sentido, mesmo não sendo verdade. Agora, esta é uma forma grosseira de condicionar os árbitros e pelos vistos está bem em voga nos treinadores espanhóis. Nos últimos tempos temos defrontado treinadores espanhóis - um é basco, outro catalão - que têm seguido a mesma linha”, atirou.