O golo não validado a Cristiano Ronaldo na Sérvia, no passado sábado, ainda dá que falar, com a dúvida a pairar entre muitos portugueses sobre como seria, se tal erro fosse cometido no caso de alguma prova nacional que não tem o sistema de videoárbitro.

Octávio Machado, antigo treinador de Sporting e FC Porto, entende que ninguém ficaria sem o lugar se tal situação tivesse ocorrido numa prova portuguesa, até porque entende que os árbitros estão 'protegidos' pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol-

"Rolar cabeças? Não. Alguns até têm prémios e vão à Arábia Saudita ganhar 25 mil euros por jogo, tem sido uma maravilha", reagiu Octávio Machado, com alguma ironia à mistura.

Para o antigo técnico, em Portugal, "cometem-se grandes erros e em vez de irem para a jarra vão apitar o Covilhã com a esposa do Conselho de Arbitragem a observá-lo". 

Sem mencionar nomes, referiu, contudo, que se fosse cometido um erro semelhante por cá, estaria instalada a confusão. "Aconteceu com a Seleção e estamos todos, e bem, com a Seleção. Não há clubite. Se fosse num clube, ai, meu Deus. Caía o Carmo, a Trindade, o Marquês de Pombal".

Octávio Machado aconselhou, contudo, a que se olhem para os problemas da arbitragem nacional e se deixe este caso de Cristiano Ronaldo, até porque em relação a essa jogada já nada há a fazer.

"Gastam muito dinheiro em comunicação para nos enfiar pelos olhos dentro coisas que não estão lá. Querem vender outra coisa. Antigamente diziam critério agora é interpretação. Deixem-se de tangas. O dinheiro que a Federação Portuguesa de Futebol gastou... Os árbitros não podem ser aos artistas número um do futebol. Não podem. Não é um a errar, são também os que estão no VAR. Gastam tanto dinheiro em formação, há tantas reuniões e mudam de um dia para o outro. O Conselho de Arbitragem hoje diz que é amarelo, depois diz que é preto ou azul. Os incompetentes não são afastados", lamentou Octávio Machado, num debate na CMTV no qual também participou Diamantino Miranda, antigo internacional português.

O ex-futebolista diz que não ficou admirado com o golo não validado a Cristiano Ronaldo na Sérvia ao servido da turma das quinas. "Sempre houve coisas estranhas no futebol mundial".

Em relação à arbitragem portuguesa, Diamantino Miranda disse que se for para falar é preciso dizer desde quando é que era necessário aplicar o sistema de VAR para evitar erros.

"Se vamos falar de há 10 anos, 15 anos ou 20 anos, então aconteceu de tudo no futebol português. Guarda-redes a defenderem a bola um metro dentro da baliza, penáltis fora da área. Sem VAR, nesta altura, havia uma revolução", indicou Diamantino Miranda.

O antigo jogador do Benfica considera ainda que "o VAR não é aquilo que todos esperavam". "Eu tenho essa opinião, mas há coisas que não se compreendem no VAR. Mas algumas situações vão sendo corrigidas".