O julgamento do processo dos emails prossegue no Juízo Central Criminal de Lisboa e André Pinotes Batista, deputado e conhecido adepto do Sporting, diz que tem tentado acompanhar as sessões tanto quanto lhe é possível. E não tem dúvidas em destacar que, perante aquilo que vai tendo conhecimento, "O FC Porto se tivesse entregado o material que tinha aos jornalistas, provavelmente hoje a batata quente estava só nas mãos do Benfica".

"E eu continuo com muita vontade que se apure que crimes é que foram cometidos do ponto de vista das comunicações, mas também sobre o conteúdo dos emails", assinalou André Pinotes Batista, realçando que "há muita coisa que gostava que fosse esclarecido" em relação ao processo no qual Francisco J. Marques tem vindo a ser julgado.

Para André Pinotes Batista, o julgamento do diretor de Comunicação e Informação do FC Porto tem revelado dados curiosos na leitura do deputado.

"Tenho visto sessões onde há quase mais futebol do que justiça. E isto é uma coisa que não deixa de ser interessante", salientou André Pinotes Batista, certo de que neste caso a culpa até nem é de quem trabalha no sistema judicial português.

"Não é culpa dos juízes, dos advogados ou dos oficiais. É que as testemunhas que ali estão todos têm uma agenda mediática", disse André Pinotes Batista, indo mesmo mais longe na leitura que faz daquilo que tem acontecido no Juízo Central Criminal de Lisboa.

"Há uma guerra entre Benfica e FC Porto que usa a justiça. E essa guerra tem um interesse muito grande para o futuro", vaticina André Pintotes Batista.

Em declarações no canal de televisão CMTV, o deputado disse ainda que o conteúdo dos emails é revelador de que "haviam ali coisas que envergonham".

"Parece que se está a tornar evidente, e as palavras estou a escolhê-las com cuidado que isso não me cabe a mim mas ao tribunal, que houve manipulação, mas haviam ali coisas que envergonhavam", concluiu André Pinotes Batista.

A respeito do caso uma das testemunhas, ex-diretora do Porto Canal, disse recentemente, recorde-se, que "havia pressão" sobre alinhamento das notícias.

 "Muitas vezes, não achávamos relevância no que havia sido dito e não fazíamos nada. Mas depois éramos alertados que deveria ser noticiado", disse a jornalista Ana Guedes Rodrigues, confirmando que o departamento de conteúdos do FC Porto enviava peças preparadas para serem lançadas no Porto Canal.

"Começaram a ser feitos pelos jornalistas de conteúdos do FC Porto. As reportagens já vinham montadas", confessou Ana Guedes Rodrigues.