O mercado de transferências de janeiro trouxe consigo uma reviravolta significativa na carreira do internacional português Gonçalo Guedes. O extremo de 27 anos, que estava emprestado ao Benfica pelo Wolverhampton, regressou a Espanha para se juntar ao Villarreal, também por empréstimo do emblema inglês.
Gonçalo Guedes, proveniente dos 'wolves', havia sido emprestado ao Benfica em janeiro de 2023, regressando ao clube onde iniciou a sua formação. Contudo, a sua passagem pela Luz foi marcada por obstáculos, com lesões a comprometerem o seu desempenho com a camisola das águias.
Durante a última metade da época anterior, o extremo participou em 15 jogos pela formação comandada por Roger Schmidt, tendo feito o gosto ao pé por duas vezes, mas uma lesão no joelho esquerdo, na penúltima jornada do campeonato frente ao Sporting, exigiu uma cirurgia na cartilagem.
Na presente temporada, novamente cedido aos encarnados pelos ingleses, Gonçalo Guedes viu o seu tempo de jogo ser consideravelmente reduzido, acumulando apenas 280 minutos em campo. Esta situação, aliada à sua utilização maioritariamente nos minutos finais dos jogos, levou ao término antecipado do empréstimo e à sua mudança para o Villarreal.
A análise da passagem de Guedes pelo Benfica revela uma trajetória marcada por altos e baixos. Apesar das dificuldades, contribuiu para a conquista de mais um campeonato nacional e da sua primeira Supertaça. No entanto, a procura por uma presença mais constante em campo e o desejo de desafios renovados motivaram a decisão de abraçar uma nova etapa em solo espanhol.
"O Gonçalo Guedes não estava a ter a preponderância que imaginou ter há um ano atrás"
Diogo Luís, antigo jogador do Benfica e agora comentador desportivo na CNN Portugal, expressou a sua opinião sobre a saída de Gonçalo Guedes da Luz, considerando-a benéfica para ambas as partes.
"Acho que todos ganham com este término do empréstimo, porque o Gonçalo Guedes não tinha minutos, não era feliz, não estava a ter a preponderância que imaginou ter há um ano atrás", começou por dizer o antigo lateral dos encarnados.
O comentador justificou a saída do internacional português do atual campeão nacional pela falta de preponderância no esquema tátido do técnico alemão e ainda pelas recorrentes lesões, algo que limitou as suas oportunidades na Luz.
"Há um ano atrás quando ele chegou à Luz, efetivamente nós todos entendemos que era uma grande contratação, que era um jogador, um joker, que podia jogar em todas as posições, que ia ser uma mais-valia clara pela explosão, pela capacidade de remate, mas as coisas não se posicionaram dessa forma", lembrou Diogo Luís.
"Por causa das lesões, e efetivamente porque Roger Schmidt depois, não tendo confiança que o jogador fisicamente estivesse apto, começou a apostar noutros jogadores", acrescentou.
"E eu acho que a tampa saltou plenamente, foi quando o Gouveia assumiu também algum estatuto dentro do balneário"
"O Tiago merece este estatuto, demonstrou que tem capacidade para jogar, e a verdade é que o Gonçalo Guedes percebeu que dificilmente ia jogar, e mesmo que ficasse para a taça da liga não ia ser opção, digo eu, assim como o próprio Chiquinho, e portanto mais vale a ele ir andando à sua vida, encontraram um futuro para eles", explicou o antigo jogador do Benfica.
"Se calhar o Tiago também vai começar a pedir o mesmo que pediu o Guedes"
Com a saída de Guedes espera-se que Tiago Gouveia consiga marcar a sua posição nas primeiras escolhas de Roger Schmidt. No entanto, para Diogo Luís a história pode desenrolar-se de outra forma.
"Destacar aqui que o Tiago Gouveia, que teve oportunidades mas, com o Rollheiser, com o regresso de Neres, as coisas podem ficar mais complicadas para ele, vamos ver também qual é que será o futuro do Tiago", observou.
"Se calhar o Tiago também vai começar a pedir o mesmo que pediu o Guedes, sair para jogar, porque estar um, dois anos parado não é bom para qualquer jogador", rematou o agora comentador da CNN Portugal.